Ópera da Serra tenta obter incentivos através da Lei Rouanet. Ao menos uma das atrações atacou a família de Bolsonaro; já outra, defendeu 'Lula Livre'
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- “Lula Livre”, “Moro na cadeia”, defendiam as atrações
- Evento tenta obter incentivos através da Lei Rouanet para próxima edição
- Dias antes Niède Guidon pedia atuação de ministro para incentivar o turismo no Parque Serra da Capivara. No próximo ano a arqueóloga é uma das homenageadas no Ópera
- Secretária do governo local, do PT, é apontada como produtora cultural do evento
- Com apoio de pastas do governo local, não há críticas aos governantes piauienses
- Governo diz que ICMBio, atrelado ao Ministério do Meio Ambiente, e a própria FUMDHAM apoiam o evento
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PRODUÇÃO SERIA DE SÁDIA CASTRO, MEMBRO DO GOVERNO DO PT
A III edição do evento Ópera da Serra da Capivara, que ocorreu na última semana no anfiteatro da Pedra Furada, no Parque Nacional da Serra da Capivara, acabou por servir de palco para ataques ao presidente da República Jair Bolsonaro, chegou a fazer apologia à prisão do ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro e do coordenador da Lava Jato em Curitiba (PR), Deltan Dallagnol, além de atacar a família do mandatário do Palácio do Planalto. “A família Bolsonaro é coisa que a gente odeia”, tascou uma das atrações, para o aparente delírio do público.
O evento tenta obter para sua 4ª edição incentivos através da Lei Rouanet, lei federal de incentivo à cultura. A Ópera da Serra da Capivara conta com o apoio do governo do estado, através também da Secretaria do Meio Ambiente, que tem à frente Sádia Castro, irmã da deputada federal Margarete Coelho (PP). Segundo Sádia, o incentivo dado pela pasta seria através de “cota de patrocínio”.
O diretor artístico do evento Felipe Guerra negou que tenha existido ataque da Ópera a quem quer que seja. E que "manifestações individuais de artistas convidados e do público não são de responsabilidade do evento".
Guerra explicou, no entanto, que era responsável somente pela parte artística, ficando a produção cultural a cargo de Sádia Castro, integrante do governo petista local.
Sádia, por sua vez, ao ser indagada sobre o que seria necessariamente "cota de patrocínio" da SEMAR ao evento não se manifestou até a publicação dessa matéria, impossibilitando que fossem feitos novos questionamentos.
NIÈDE SERÁ HOMENAGEADA
Após o término da 3ª edição já foi anunciado que a 4ª, a ocorrer em 2020, homenageará a arqueóloga Niède Guidon, em comemoração aos 50 anos de sua chegada ao Piauí.
Niède Guidon é quem comanda a apartidária ONG Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), que administra o Parque Serra da Capivara em regime de cogestão com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente.
Em recente visita do ministro interino do Turismo Daniel Nepomuceno ao parque, a arqueóloga pediu apoio do governo federal para destravar o sonhado e propagandeado aeroporto ‘internacional’ de São Raimundo Nonato e assim alavancar o turismo na região, que tem um vasto legado.
O temor agora é que os vídeos contra o presidente Bolsonaro gravados no parque no interior do Piauí cheguem na sua assessoria, que certamente pode desencadear restrições ao apoio para a ONG e para o Parque Nacional Serra da Capivara.
GOVERNO DO PT E PREFEITURAS APOIAM O EVENTO
Embora Sádia Castro tenha sido indicada como produtora cultural, site do governo do estado do Piauí afirma que "o evento é realizado pelo Governo do Estado, através das Secretarias Estaduais de Cultura (Secult), de Meio Ambiente (Semar) e de Turismo (Setur), pelas prefeituras de Coronel José Dias e São Raimundo Nonato e tem apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM)".
Ou seja, ICMBio e a fundação de Niède Guidon também.
Não há registro de críticas ao governo estadual petista, apesar de suas inúmeras mazelas.
Fonte: Portal 180Graus/Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores