Foto: Cadu Rolim /Fotoarena/Folhapress
Dois pacientes que foram contaminados com o novo coronavírus e chegaram a ser internados em estado grave em Teresina já estão curados. O médico Marcelo Burlamarque, que acompanhou o tratamento das vítimas de Covid-19, falou ao Cidadeverde.com sobre como a medicina local tem combatido o avanço da doença em pacientes em estado mais grave, inclusive com a utilização de cloroquina.
De acordo com o último levantamento do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) estadual, o Piauí possui 18 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, 16 deles em Teresina.
“Dos casos mais graves, apenas dois foram confirmados em nossos hospitais. A recuperação clínica foi boa”, avaliou o diretor-médico do hospital onde as vítimas foram internadas.
Um dos pacientes curados é o jornalista e apresentador Marcelo Magno que chegou a ser entubado e internado na UTI. Marcelo teve alta no dia 27 de março após 12 dias no hospital.
Cloroquina já é usada no Piauí
De acordo com Burlamarque, os dois pacientes em estado grave, internados na rede particular, foram tratados com cloroquina, que tem sido apontada como alternativa para casos críticos da doença.
“Temos usado em pacientes mais graves após ponderar riscos e aceite formal do uso pelo paciente ou familiares. Vários hospitais no Brasil e no mundo estão seguindo esse protocolo. Resultados parecem ser promissores”, afirmou.
Os efeitos da substância no combate à infecção ainda são analisados mas apontam melhora no sistema imunológico.
“Há vários mecanismos de ação envolvidos em outras doenças, mas no Covid parece estar associada a seu poder imunomodulador de transmissão célula-célula. O mecanismo de ação exato também não foi comprovado para essa patologia”, disse.
Médico Marcelo Burlamarque/Foto: arquivo pessoal
Contraindicado sem prescrição médica
Com a divulgação de uso alternativo para tratamento de casos graves de Covid-19, o medicamento está em falta nas farmácias particulares da capital. Apenas a Farmácia do Povo, ligada ao governo estadual, distribui o medicamento que é usado para tratamento de pessoas com lúpus, artrite e outras doenças crônicas.
Os médicos contraindicam a compra sem prescrição médica e o uso da cloroquina sem os sintomas e o quadro clínico necessário
. “Não deveriam de forma alguma usar a medicação nesse momento. Além de tudo, deixa em falta a medicação para um grupo de pacientes reumatológicos que realmente precisam da medicação comprovadamente”, critica Bulamarque.
Valmir Macêdo
valmirmacedo@cidadeverde.com
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