Nesta sexta-feira (29), parte dos presos internada devido a infecção ainda não identificada deixou o hospital e voltou para a cadeia. Na quinta, o número de mortes pela doença subiu para seis.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/C/j/PaIHPhSzSiALBtJ5j3Ww/dsc-6250.jpg)
Cadeia Pública de Altos — Foto: Francisco Leal/Ccom
Cinco detentos da Cadeia Pública de Altos (CPA) que estavam internados em hospitais de Teresina tiveram alta médica nesta sexta-feira (29), de acordo com a Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus). 29 presos continuam hospitalizados para tratar de uma infecção ainda não identificada que é a possível causa da morte de seis internos da unidade penal.
A Sejus informou que há três dias não encaminha detentos da CPA para a rede pública de saúde e que o quadro de saúde deles tem evoluído. Além dos presos que estão sendo tratados em hospitais da capital, o órgão também tem atendido alguns em uma enfermaria instalada na cadeia.
No local, médicos e enfermeiros atendem detentos com sintomas relacionados à infecção. O secretário de Justiça, Carlos Edilson, disse reconhecer que a situação na CPA é grave e que tem se esforçado para resolver o problema.
"Não estamos medindo esforços para descobrirmos a causa das infecções, e solucionarmos a situação para voltarmos à normalidade no local. Semanalmente, fazemos testes na água", afirmou o secretário.
A suspeita é que a doença tenha sido causada pela água da unidade prisional, por isso o sistema hidráulico da cadeia recebeu uma limpeza. A Defensoria Pública do Piauí (DPE) defende a soltura ou prisão domiciliar de presos enquanto o problema é resolvido.
A Justiça determinou uma vistoria no local para tentar descobrir o que teria causado o adoecimento de tantos detentos. Os primeiros detentos começaram a adoecer no início do mês e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) chegou a testá-los para Covid-19, por medida de segurança, mas os resultados foram negativos.
Situação preocupa familiares
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/2/k/thO2bkSXmB2uPPXCuBJg/whatsapp-image-2020-05-25-at-09.56.57.jpeg)
Familiares de presos da Cadeia Pública de Altos fazem protesto diante do Tribunal de Justiça, em Teresina (PI) — Foto: Murilo Lucena/ TV Clube
Familiares relatam preocupação com os presos da CPA. Cerca de cinquenta pessoas fizeram um protesto diante do prédio do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), em Teresina, pedindo respostas sobre as mortes e a situação dos presos com infecção.
Os manifestantes exibiram cartazes pedindo pela interdição da cadeia e pela ajuda de juízes e promotores. Os familiares também afirmam que recebem denúncias dos detentos de que alguns presos estariam sendo torturados dentro da penitenciária.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/w/2/ARqtIvQJSvU93q2BhY1Q/preso.png)
Familiares de presos da Cadeia Pública de Altos fazem protesto diante do Tribunal de Justiça, em Teresina (PI) — Foto: Murilo Lucena/ TV Clube
A Defensoria Pública do Estado (DPE) solicitou um Habeas Corpus Coletivo, pedindo, em favor de todos os presos da unidade, que prisões cautelares e/ou definitivas sejam substituídas por prisão domiciliar, cumulada com monitoramento eletrônico ou outras medidas cautelares.
Mas o desembargador Edvaldo Moura, do TJ-PI, declarou que só vai avaliar o pedido depois que o juiz de direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, o secretário de Justiça do Estado do Piauí e o diretor da Cadeia Pública de Altos prestarem informações sobre a situação.
O desembargador deu um prazo de 24 horas, a partir da notificação das partes, para que as informações fossem enviadas. Até a tarde dessa quinta-feira (28), a Sejus afirmou que ainda não havia sido oficialmente notificada. A previsão é que o Habeas Corpus Coletivo seja julgado até a segunda-feira (1).
Fonte: G1 PI