“Havia intenção deliberada de, cedo ou tarde, prejudicar uma vida humana”, avaliou o delegado Danúbio Dias, do DHPP.
Janela da casa estava energizada de forma rudimentar, segundo o delegado. — Foto: Neyla do Rego Monteiro/G1
Ainda segundo o delegado, a energia usada pelo proprietário da casa, que ainda não foi localizado e nem identificado, era proveniente da casa vizinha. Contudo, a polícia ainda investiga se o fornecimento era autorizado ou não. Dias informou que a Equatorial Piauí fará uma avaliação técnica.
Porta da casa, onde menina morreu eletrocutada, estava energizada. — Foto: Neyla do Rego Monteiro/G1
Ele disse que a ação de energizar cerca, portas e janelas foi intencional e foi feita de forma rudimentar.
“Ele ligou portas e janelas diretamente no fio de energia da residência ao lado. Colocou a ponta dos fios desencapados nas portas e janelas. Qualquer pessoa ou animal levaria um choque elétrico se tocasse ali”, descreveu o delegado Danúbio Dias.
Ele disse que o dono da casa ainda não foi identificado e nem localizado e que ele provavelmente seria linchado pelos vizinhos, que ficaram revoltados após a morte de Alice e depredaram a casa.
Casa do vizinho foi invadida após morte da menina. — Foto: Neyla do Rego Monteiro
Sobre a acusação à qual o homem irá responder, o delegado disse que dependerá das investigações.
“Depende de várias coisas. Se há um possível dolo eventual ou culpa, consciente ou não. Esses detalhes é que vão determinar o rumo de um indiciamento. É preciso saber se houve intenção ou não de matar”, explicou.
Menina morreu eletrocutada
Alice Silva, de 8 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (24) no conjunto Parque Brasil II, na Zona Norte de Teresina, após tocar em uma cerca eletrificada da casa de um vizinho.
Polícia isolou o local onde menina morreu eletrocutada após tocar em cerca. — Foto: Neyla do Rego Monteiro/G1
Uma vizinha, Teresinha de Jesus, contou que as crianças bateram palmas diante da casa para chamar o morador, que não apareceu. Ela então saiu de casa e presenciou a situação. Teresinha relatou ao G1 que a cerca já estava eletrificada havia algum tempo e que animais já haviam morrido eletrocutados.
"A gente sabia, há tempos falava, 'vizinho, desligue isso, já morreram cachorros aí, ainda vai morrer criança aí'. Ele achava que não daria em nada. O resultado hoje é esse, uma criança faleceu", lamentou.
Fonte: G1 PI