Foto: Yala Sena
Sete testemunhas – todas profissionais de saúde – ouvidas na Delegacia da Mulher do Centro negam a tese de que o enfermeiro suspeito de dopar e estuprar uma acompanhante no Hospital São Marcos tenha histórico de distúrbios mentais.
O enfermeiro Ricardo da Silva Paz é suspeito de abusar sexualmente de sua cunhada que estava no hospital acompanhando o sogro, que tinha feito cirurgia na bexiga. No dia do crime – na madrugada do dia 30 para 31 de outubro – Ricardo estava de plantão e teria usado um calmante para dopar a vítima, segundo depoimento da mulher a Polícia.
Na investigação, o fato novo é que o suspeito apresentou documentos de que necessita de internação no hospital Areolino de Abreu.
O portal Cidadeverde.com teve acesso aos documentos. O primeiro é uma licença médica e outro é solicitação de internação. Os dois documentos são do dia 18 de novembro, 18 dias após o crime.
A advogada Haline Viveiros, que defende a vítima, diz que é uma manobra a estratégia do enfermeiro de apresentar licença médica e afirmar que tem problemas mentais.
“Por unanimidade, as sete funcionárias do hospital afirmam que ele nunca apresentou distúrbios. São enfermeiras que trabalham de 5 anos a 10 anos com ele. Todas estão perplexas com o que aconteceu. Ele sempre se mostrou solicito, alegre, brincalhão, extrovertido e que o atestado é uma manobra”, disse a advogada que junto com colega Gladstone Almeida fazem a defesa da vítima.
Para Haline Viveiros, o crime foi premeditado. A vítima contou em depoimento que uma cuidadora seria contratada para passar a noite com o sogro no hospital. Ela disse que recebeu telefonema do cunhado dizendo que a pessoa contratada não tinha qualificação e que seria “irresponsabilidade” da vítima deixar o sogro sozinho. No dia do crime, o enfermeiro, segundo relatos, informou ao plantão médico que não era para incomodar o paciente no quarto e era para trazer toda a medicação que ele cuidaria da medicação.
Coisa boa é ter amigos, enfermeiro teria dito
O crime ocorreu na madrugada. Ela relatou que estava cansada e ele disse que daria um calmante para a vítima. “Ele chegou a dizer: coisa boa é ter amigos”, se referindo ao fato dele conseguir o calmante.
Ela contou a Polícia que o comprimido era azul e tinha lacre do hospital. A vítima relatou que ficou sonolenta, mas lembra da violência sexual.
“Ela chegou a empurrar ele, dizia: não, não, ela se contorcia e se debatia da violência”, disse a advogada.
A vítima registrou boletim de ocorrência e fez os exames que constataram o estupro.
Segundo Haline, a vítima está bastante abalada, não dorme direito, toma medicações e tem acompanhamento psicológico.
A delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher Centro, disse que o inquérito correr normalmente e todas as providências estavam sendo adotadas.
O portal Cidadeverde.com tentou falar com advogados do enfermeiro e não conseguiu. O espaço está aberto para esclarecimentos.
Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com
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