19/02/2021

Polícia faz perícia em bilhete encontrado no quarto de advogada morta

Foto: Arquivo pessoal

O bilhete assinado em letras garrafais pelo jornalista João Paulo Mourão, irmão da advogada assassinada na cidade de Pedro II, é uma das peças no xadrez do inquérito que investiga a morte de Izadora Santos Mourão, 41 anos.

Durante a investigação, a Polícia Civil encontrou o bilhete no quarto de Izadora. O delegado Danúbio Dias, que preside o inquérito, pediu uma perícia para confirmar que o bilhete é mesmo de João Paulo, que foi preso suspeito de matar a advogada.

Na mensagem, João Paulo pede que Izadora Mourão não mexa nas coisas dele, diz para advogada cuidar da vida dela em um tom de desavenças com a irmã. Ele encerra o bilhete pedindo para ela ler e refletir.


Veja teor da mensagem:
Izadora
“Não mexa nunca nas minhas coisas, sem a minha permissão e nem crie nenhuma confusão envolvendo meu nome e o da nossa mãe.

Cuide das suas coisas, da sua vida e não crie nunca confusão desnecessária para você e para nós.
Pare de criar confusão e se prejudicar, cuide-se, esqueça a vida alheira, cuide bem dos seus filhos, procure organizar-se em sua vida.

Lembre-se que temos uma mãe já de idade e um irmão especial para cuidarmos.

Att. João Paulo Mourão
P/ Izadora
Leia e reflita

O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Baretta, confirmou que o bilhete encontrado foi para a perícia. Baretta conta que o jornalista João Paulo admitiu que a escrita é dele. Mas, Baretta disse que é preciso ter laudo confirmando.

“Ele reconhece o bilhete de punho escrito, mas não nos baseamos em escrita, mas em perícia. O bilhete traz informação, mas que está encadeado com outras informações”, disse.

O advogado Nestor Ximenes, que faz a defesa do jornalista, informou que o bilhete foi escrito por João Paulo e diz respeito a um desentendimento antigo entre os dois.

“Não existe ameaça no bilhete. Ela entrou na rede social dele, e ele não gostou e fez o bilhete”, disse o advogado.

Ximenes diz que acompanha a investigação e analisa a decisão do juiz para um possível pedido de habeas corpus.

O advogado Mauro Júnior, que acompanha pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), disse que a Polícia já colheu vastas provas que mostram desentendimento entre os dois, além de provas técnicas confirmando a autoria de João Paulo no assassinato”, disse.

Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com

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