Foto: MPPI
Três meses antes de ser assassinado, o corretor de veículos Francisco Ismael Rodrigues Soares, movimentou mais de R$ 2 milhões, informou o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), após iniciar uma investigação de lavagem de dinheiro envolvendo o tráfico de drogas e a compra/venda de veículos, a partir do homicídio. A investigação apontou que o corretor trabalhava para a organização criminosa “Bonde dos 40” na parte operacional e financeira.
A coordenadora do Gaeco, promotora de Justiça Débora Aguiar, ressalta que a operação é objeto de investigação conduzida pelo Gaeco e pela Polícia Civil “com o objetivo de identificar e prender integrantes de organização criminosa que atua nos estados do Maranhão e Piauí, responsável por inúmeros homicídios. O resultado da operação de hoje, denominada Codinome 40, resultou em sete mandados de prisão cumpridos e 14 mandados de busca e apreensão”.
Nesta terça-feira (01), o Gaeco e a Polícia Civil prenderam sete pessoas, sendo seis em cumprimento de mandados de prisão. Uma foi prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Três presos têm envolvimento direto com o homicídio; outras três estão envolvidas com o crime de lavagem de dinheiro. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em locadoras, corretoras e operadoras financeiras relacionadas ao Francisco Ismael, nas cidades de Teresina, Altos, Parnaíba e Timon.
Duas pessoas estão foragidas. O Gaeco e a Polícia informaram que os foragidos são Guilherme Duarte, conhecido como Guigui, e Ramon Rangel. Os nomes dos sete presos não foram divulgados.
“A investigação conjunta identificou que o corretor Francisco Ismael operava na lavagem de dinheiro tentando tornar da natureza de ilicitude o dinheiro que era decorrente do tráfico de drogas e outras fontes ilícitas. Em determinado momento, houve uma diferença, podemos dizer, na prestação de contas. Por isso, a questão do homicídio. Então, nós passamos a investigar a questão da lavagem de dinheiro, que era tornar o dinheiro de origem ilícita em dinheiro lícito.", disse o promotor José Willam Luz.
O delegado Luís Guilherme, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), relatou que “o Francisco Ismael trabalhava para a organização criminosa, operava financeiramente fazendo a lavagem do dinheiro, utilizando o dinheiro ilícito de tráfico e outras práticas criminosas na venda de veículos, legalizando, entre aspas, esse dinheiro. Em razão dele estar envolvido em outro crime anterior teria ficado com parte de dinheiro, que culminou na morte dele”.
O delegado geral Luccy Keiko destacou que “houve um trabalho integrado que começou com a investigação do homicídio. Chegamos à autoria desse delito, principalmente na parte de quem executores. Foram expedidos quatro mandados por representação da DHPP, sendo que dois desses indivíduos já se encontravam presos, o que já demonstra vida reiterada no crime”.
O Ministério Público do Piauí e a Polícia Civil do Piauí deflagaram operação, nesta terça-feira (01), denominada “Codinome 40”, em repressão ao homicídio de Francisco Ismael Rodrigues Soares, que ocorreu no dia 02 de dezembro de 2020, envolvendo uma organização criminosa, que atua no Piauí e no Maranhão. Francisco Ismael era corretor de veículos e foi morto dentro de uma loja na avenida Barão de Gurgueia, na zona Sul de Teresina.
A operação cumpre 7 mandados de busca e apreensão e três de prisões nas cidades de Teresina, Timon e Parnaíba.
O MPPI esclareceu que o “nome CODINOME 40 faz referência ao nome da Organização Criminosa intitulada Bonde dos 40, dedicada à prática dos mais diversos crimes dentre os quais a lavagem de capitais, tráfico de entorpecentes e homicídios”.
A operação é uma parceria das equipes do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP) e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) com apoio da Policia Rodoviária Federal (PRF), Divisão de Capturas (DICAP), Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (DEPRE), Polícia Interestadual (POLINTER), Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) e Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) e Polícia Militar (PM).
Foto: MPPI
Carlienne Carpaso
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