O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou um vídeo que reproduz a versão sustentada pela Polícia Civil no caso Izadora Mourão. Na simulação, o homem representa João Paulo Mourão, irmão da advogada. Ele aparece com uma faca na mão e desfere golpes na irmã, que dorme na cama do quarto. Na reprodução do DHPP, Maria Nerci aparece ao lado de João Paulo assistindo e auxiliando o filho no assassinato de Izadora.
A perícia convenceu a polícia de que a posição dos golpes de faca feitos em Izadora favorece o lançamento de sangue encontrado no vestido da mãe dela, Maria Nerci.
“Não temos a menor dúvida de que quem praticou a ação do núcleo do tipo penal, matar alguém, foi o senhor João Paulo. Auxiliado em toda trama criminosa pela mãe dele . É tanto que ela está indiciada pela coautoria do homicídio e na fraude processual[...] As manchas de sangue no local do crime são uma verdadeiras assinaturas do criminoso”, afirma o coordenador do DHPP, Francisco Costa, o Baretta.
De acordo com a perícia, Izadora sofreu 11 golpes de faca, a maioria no pescoço e uma no peito. Foram feitas perfurações de 4 a 9 centímetros, que seriam incompatíveis com a força da idosa.
O vídeo divulgado pelo DHPP vai contra o que a defesa de João Paulo afirma que Maria Nerci disse em audiência de instrução em julgamento realizada na semana passada. A advogada Esmaela Macêdo conta que a mãe confessou que matou Izadora sozinha e que João Paulo sequer esteve na cena do crime.
Para a Polícia, a estratégia da defesa tem como objetivo impedir que a autoria do crime recaia em João Paulo. Maria Nerci é idosa e poderia ser beneficiada com redução de pena ou até mesmo, em caso de condenação, não cumprir regime fechado por causa da idade.
Foto: reprodução Facebook
"É uma estratégia da defesa que eu vejo como benefício à dona Maria Nerci, que tem mais de 70 anos e poderia ter benefício da pena reduzida. Com os recursos que nosso Direito admite poderiam levar com as prescrição que eu não acredito que aconteça porque seria espancar o poder público e a sociedade e simplesmente dizer que acredita na impunidade”, declarou Baretta.
A Justiça ainda vai decidir se o caso vai ou não à Juri Popular.
Maria Nerci e João Paulo. Foto: reprodução Facebook
O CASO
Izadora Mourão, 41 anos, era advogada, e foi assassinada a facadas no dia 13 de fevereiro deste ano na casa em que morava com a família, na cidade de Pedro II, a 195 Km de Teresina. O irmão dela, advogado e jornalista João Paulo Santos Mourão, está preso suspeito do crime. A mãe Maria Nerci foi indiciada por coautoria e fraude processual. Ela está em prisão domiciliar.
A investigação apontou que havia uma disputa na família por herança.
Izabella Pimentel
Com informações de Tiago Melo
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