Servidor público de 60 anos, não identificado, foi ouvido, chorou durante o depoimento e assumiu a autoria do crime, segundo o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko. Polícia, contudo, contesta versão e mantém investigações.
Anael Natan Colins, de 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, foram encontrados mortos — Foto: Reprodução/WhatsApp
O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko, informou nesta quarta-feira (26) que há cinco pessoas suspeitas de envolvimento nos assassinatos dos adolescentes Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, e Anael Natan Colins, de 17 anos. Entre os suspeitos está um servidor público estadual, de 60 anos, tio do empresário preso na terça. O servidor confessou o crime e chorou durante depoimento, disse o delegado.
O servidor é tio do empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, de 35 anos, que foi preso na terça-feira (25) suspeito de participação no crime e liberado horas depois.
O empresário seria apenas proprietário do carro que, segundo depoimentos dos suspeitos, foi usado para transportar os jovens do sítio, de propriedade do servidor público, onde foram pegos, até o local onde foram encontrados mortos. Segundo o depoimento do servidor, ele matou os dois adolescentes sozinho.
Polícia contesta versão
Contudo, a polícia ainda questiona a versão apresentada e mantém as investigações do caso. O delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador do DHPP, contesta, por exemplo, como seria possível um idoso, sozinho, dominar e matar os dois jovens.
"É um crime complexo pela falta de testemunhas, ainda há muito a fazer para saber se todos que estavam na casa foram ou não no local da execução. Não aceitamos de pronto a versão dele", informou o delegado.
Versão dos suspeitos
Além do empresário e seu tio, foi ouvido um primo do empresário. A versão apresentada pelos três, em depoimento, é de que os dois jovens invadiram o sítio do tio, foram dominados e imobilizados por ele e seu filho.
Estavam na casa ainda uma tia e um cunhado do empresário, que também terão suas possíveis participações no crime investigadas e individualizadas pela polícia.
O tio relatou que, em seguida, ligou para o sobrinho e pediu emprestado seu carro, uma caminhonete. O empresário então, segundo dos depoimentos, foi até o sítio e encontrou o tio armado e os adolescentes já dominados.
Daí em diante, sozinho, o tio levou os adolescentes na caminhonete, dizendo que iria "resolver a situação". Ele relatou em depoimento que matou os dois no local onde foram achados mortos.
Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, e Anael Natan Colins, de 17 anos, foram encontrados mortos em 15 de novembro, às margens da PI-112, no povoado Anajás, Zona Rural Leste de Teresina. Eles estavam desaparecidos havia dois dias.
Servidor foi liberado
Segundo o delegado geral, o servidor não permaneceu preso porque não havia mandado de prisão contra ele e o prazo flagrancial do crime já havia expirado. O delegado, contudo, não descartou um pedido de prisão para os suspeitos futuramente.
"Tio e primo não foram presos porque desvendamos o crime inteiro ontem à tarde, não havia flagrante e nem mandado contra eles", explicou Lucy Keiko.
Ele destacou que os depoimentos foram fundamentais para elucidar o crime.
"Até ontem o que o delegado tinha era a informação de um carro que possivelmente foi usado. E ontem após extenso interrogatório, o delegado conseguiu extrair todas essas informações e foram todos foram identificados", informou.
Empresário foi liberado seis horas após prisão
O empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues, de 35 anos, foi preso na terça-feira (25) suspeito de participação no assassinato dos adolescentes. Advogados de João Paulo estiveram no DHPP no início da tarde e ele foi liberado seis horas depois de ser preso.
Segundo o delegado Francisco Baretta, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o empresário foi preso num apartamento no bairro Jockey Clube, na Zona Leste de Teresina, em cumprimento a um mandado de prisão. Além do mandado de prisão, a polícia cumpriu ainda cinco mandados de busca e apreensão.
Fonte: Portal G1 PI
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