Mulher morre após ser agredida com golpes de foice no Piauí — Foto: Arquivo Pessoal
Margarete Rodrigues Morais, de 50 anos, passou 16 dias internada no Hospital Tibério Nunes, em Floriano, onde realizou uma cirurgia. Ela seria transferida para Teresina, onde faria um novo procedimento cirúrgico, mas o quadro de saúde se agravou.
Margarete Rodrigues Morais, de 50 anos, que morreu nessa segunda-feira (11), dias após ser agredida com golpes de foice pelo companheiro, relatou episódios de agressão no relacionamento durante o período em que esteve internada. Ela era cadeirante e as agressões que levaram a mulher à morte começaram enquanto ela dormia. O crime aconteceu em Nazaré do Piauí, a 209 km de Teresina.
Ao g1, a filha da vítima, a dona de casa Joseane Morais, de 25 anos, contou que a mãe e o suspeito do crime, Humberto da Costa, moravam juntos há aproximadamente nove meses, no bairro Vaquejador, em Nazaré do Piauí. Segundo ela, dias antes de morrer, Margarete revelou o que aconteceu em 26 de março, dia das agressões.
"Na sexta-feira (8), quando ela estava internada, ela falou pra mim que eles não tinham brigado. Ela disse que tava deitada e que, quando acordou, ele já foi dizendo que ia matar ela e 'arribando' a cama. Ela disse pra ele deixar de brincadeira e ele pegou um facão e partiu pra 'arriba' dela, disse que ela não ia mais ver os filhos e os netos", contou a filha de Margarete.
De acordo com a filha, Margarete, conhecida por Gorete, foi atingida com quatro cortes profundos na cabeça e teve os dois braços quebrados. No dia 26 de março, o criminoso foi contido por um sobrinho e um vizinho de Gorete. Depois, foi preso em flagrante por policiais militares.
Apesar de ter sido agredida anteriormente, a vítima não chegou a denunciar Humberto da Costa.
"Ela gostava muito dele, tinha esperança de que ele mudasse. A família não. Nós sempre dizíamos 'ô mãe, ele não vai mudar, separe dele, ele vai fazer de novo'", disse Joseane.
Devido ao ataque, Margarete permaneceu internada por 16 dias no Hospital Tibério Nunes, em Floriano, onde realizou uma cirurgia em um dos braços. Segundo a filha Joseane, a mulher seria transferida para Teresina, onde faria um novo procedimento cirúrgico no cotovelo, mas o quadro de saúde se agravou.
"Foram quatro cortes na cabeça e os dois braços quebrados. Ela fez uma cirurgia no braço e iria fazer outra, mas começou a ter problemas no rim, provocados também pela agressão. Aí o médico disse que o ideal era que ela se recuperasse do rim pra viajar até Teresina", contou Joseane.
A vítima também tinha deficiência física, após ter a perna amputada há dois anos, em decorrência de uma trombose.
“Minha mãe era muito feliz, sorridente, alegre, sabe? Ela podia não ter muito, mas o pouco que tinha dava. Se ela tivesse uma laranja só e alguém quisesse, mesmo que ela não ficasse com um gomo, ela dava. O que esse homem fez não tem perdão. Dói muito saber que ela era cadeirante e não teve sequer chance de se defender", destacou a filha.
Margarete Rodrigues Morais deixa cinco filhos e seis netos. Conforme Joseane, a mãe não conheceu um dos netos, que reside em São Paulo.
Procurada, a delegada Amanda Estevam, responsável pelo caso, informou que o agressor de Gorete teve prisão preventiva decretada e permanece preso.
Fonte: Portal G1 PI