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11/05/2022

Sindjor diz que prisão de Efrem Ribeiro foi “arbitrária e truculenta”

Jornalista da TV Piauí foi detido no último domingo (08) ao tentar filmar Hospital Regional de Bom Jesus.

Efrem Ribeiro/Foto: Reprodução: Facebook

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) emitiu nesta terça-feira (10) nota conjunta com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em repúdio à prisão do jornalista Efrem Ribeiro ocorrida no último domingo (08) na cidade de Bom Jesus, após ele tentar filmar as dependências do hospital local para uma reportagem. As entidades classificaram a ação policial como “arbitrária e truculenta”.

Na nota, o Sindjor e a Fenaj afirmam que a prisão do jornalista da TV Piauí representa uma tentativa de cerceamento ao livre exercício do jornalismo. “O episódio de violência contra o jornalista confirma a tentativa de cerceamento ao livre exercício do jornalismo pelo profissional, que apenas cumprindo seu papel social e foi ao hospital constatar se eram verdadeiras denúncias que constam no Ministério Público Estadual”, diz um trecho.

Para as entidades, a explicação da direção do hospital não justifica a prisão do jornalista. “Essa justificativa do hospital, em nota, não justifica a forma arbitrária da prisão. É inadmissível que profissionais do jornalismo sejam atacados, ameaçados e impedidos de realizar seu trabalho, em um claro atentado à liberdade de imprensa. É revoltante que esse episódio, inclusive, tenha se dado em uma instituição pública, que deveria primar pelo respeito ao livre trabalho da imprensa”, frisa a nota.

Por fim, Sindjor e Fenaj informaram que vão acionar o Governo do Estado após o episódio, visto que o hospital em questão é de administração estadual. “O Sindjor-PI e FENAJ acrescentam que buscarão formalmente ao Governo do Estado para lembrar que impedir o livre exercício do Jornalismo é um atentado contra o direito humano fundamental da sociedade de ser informada. Práticas de impedimento ao trabalho dos operários e das operárias da notícia são características de regimes totalitários e deve ser amplamente combatido por todos os segmentos sociais”, finaliza a nota.

Leia na íntegra a nota do Sindjor e da Fenaj:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público lamentar e repudiar a prisão arbitrária e truculenta do repórter Efrem Ribeiro, da TV Piauí, ocorrido no último domingo (8/05), ao tentar fazer uma reportagem sobre as condições precárias do Hospital Regional Manoel Sousa Santos na cidade de Bom Jesus, no Sul do Piauí.

O episódio de violência contra o jornalista confirma a tentativa de cerceamento ao livre exercício do jornalismo pelo profissional, que apenas cumprindo seu papel social e foi ao hospital constatar se eram verdadeiras denúncias que constam no Ministério Público Estadual sobre falta de medicamentos, médico diarista e materiais de UTI no Hospital, do Governo do Piauí.

Efrem Ribeiro foi surpreendido por uma Guarnição da Polícia Militar, chamada pelos gestores do Hospital, quando estava registrando com sua câmera as dependências do Hospital e noticiando as condições da unidade de saúde. De forma abrupta, os PMs conduziram o repórter para a Delegacia de Polícia Civil de Bom Jesus, para prestar esclarecimentos.

O profissional relata que começou a produzir a reportagem no sábado (7/05) e foi detido pela PM domingo, após ser denunciado pela direção do hospital. Ao relatar o episódio, Efrem Ribeiro afirma que um funcionário do hospital ao filmá-lo ficou instigando as pessoas a chamarem a polícia, até que as viaturas chegaram e ele recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia.

Em nota, a diretoria do Hospital Regional de Bom Jesus afirma que o jornalista Efrem Ribeiro filmou, de maneira "equivocada", o rosto de uma criança sem o consentimento da família, o que teria gerado um mal-estar. Por conta disso, segundo a direção do hospital, a polícia foi acionada.

Para o Sindjor-PI e a FENAJ, essa justificativa do hospital, em nota, não justifica a forma arbitrária da prisão. É inadmissível que profissionais do jornalismo sejam atacados, ameaçados e impedidos de realizar seu trabalho, em um claro atentado à liberdade de imprensa. É revoltante que esse episódio, inclusive, tenha se dado em uma instituição pública, que deveria primar pelo respeito ao livre trabalho da imprensa.

É premissa fundamental do Estado Democrático de Direito, no qual deve imperar o respeito à dignidade da pessoa humana, o livre exercício do jornalismo e a liberdade de expressão. Diante disso, as entidades esperam que a Secretaria Estadual da Saúde tome as medidas cabíveis para reparar as violações ao exercício profissional dos jornalistas e que situações como essa não voltem a acontecer.

O Sindjor-PI e FENAJ acrescentam que buscarão formalmente ao Governo do Estado para lembrar que impedir o livre exercício do Jornalismo é um atentado contra o direito humano fundamental da sociedade de ser informada. Práticas de impedimento ao trabalho dos operários e das operárias da notícia são características de regimes totalitários e deve ser amplamente combatido por todos os segmentos sociais.

Teresina, 10 de maio de 2022

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí - Sinjdor-PI e Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj

Fonte: GP1

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