Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
O advogado Francisco Miranda, de 35, teve a casa alvejada com 11 disparos de arma de fogo na madrugada desta segunda-feira (13), em Madeiro. Ele acredita que o atentado aconteceu por motivos políticos, porque ele foi assessor jurídico do ex-prefeito Zé Filho, que foi assassinado em novembro de 2021, e é considerado uma das principais testemunhas do caso.
O advogado afirmou que já estava recebendo ameaças, por meio de outras pessoas, quando na madrugada de hoje, quando estava com a esposa em casa, ouviu os disparos.
"Era por volta de uma hora da manhã, quando ouvi os tiros. Foram seis no portão e cinco mais por dentro. Foi um barulho muito alto. Foi uma coisa assustadora. Eu não tenho inimizade com ninguém, o único motivo que existe, é político. Eu estava recebendo ameaças, mas de forma indireta, estavam falando para outras pessoas que iriam me matar, que a próxima pessoa seria eu", informou o advogado.
Foto: Francisco Miranda
Após os disparos a Polícia Militar foi acionada, que comunicou a Delegacia de Luzilândia. A perícia criminal também foi acionada.
Francisco Miranda informou junto com o presidente da OAB-PI, Celso Barros, os dois vão se encontrar com o delegado geral Luccy Keiko para tratar sobre o assunto nesta terça-feira (14).
Para ele, o crime tem motivação política. Ele era assessor jurídico do prefeito Zé Filho e chegou a ver quando o acusado pelo crime, Felipe Seixas, saiu do local após os disparos. Ele também ajudou a socorrer o prefeito.
Ele acredita que ser testemunha do crime pode ser um dos motivos do crime. "Acredito que sim, porque eu não tenho problema assim com ninguém na cidade. Eu já havia comunicado esse fato antes das ameaças para o delegado geral e a OAB. Não deixa de ser um recado, eu acredito que isso é uma forma de me intimidar, também porque fui arrolado como testemunha chave no homicídio", destacou.
Segundo o advogado, o atual prefeito queria que Zé Filho renunciasse ao cargo. "No meu testemunho eu só relatei o que eu sabia e vi, e uma das coisas que eu vi, é que ele sempre chamava o prefeito para renunciar, mas era para os dois renunciarem, mas não dizia o motivo, isso foi eu que vi", destacou.
Ele ainda disse que a morte do prefeito causou uma divisão, pois o grupo político que apoiava Zé Filho decidiu romper com o atual prefeito, Pedro Teixeira, após ele ser testemunha de defesa de Felipe Seixas, acusado pelos disparos, assim como outros membros da atual gestão estarem na defesa do acusado.
Para o advogado, o clima da cidade mudou após o assassinato. "O clima mudou, pois, a gente vê que a forma de governo é diferente, o povo tem sentido uma diferença grande. Com o Zé Filho a população era mais livre para dizer o que pensava, hoje muitas pessoas sentem uma certa repressão", destacou.
Ele afirmou que tem medo do que pode acontecer. " A gente tem uma vida só e uma coisa dessas nunca espera que aconteça com ninguém, muito menos com a gente. A princípio a gente fica com um certo temor", declarou.
Bárbara Rodrigues
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