A mulher, que não quis se identificar, contou em entrevista ao g1, os momentos de terror que viveu ao ser agredida pelo ex-policial militar Max Kellysson, que também é acusado de matar um radiologista na capital.
Vitima de tentativa de homicídio diz que não conhecia ex-PM que invadiu seu apartamento em Teresina; 'achei que não sairia viva' — Foto: Reprodução
A mulher vítima de tentativa de homicídio contou ao g1 que não conhecia o agressor, o ex- policial militar Max Kellysson Marques Marreiro, que invadiu seu apartamento na Zona Leste de Teresina. A moradora, que não quis se identificar, disse que achou que fosse morrer na mão do homem.
"Eu liguei para a portaria por causa dos barulhos que estava ouvindo, o porteiro disse que a pessoa já tinha ido embora aí desliguei. Mas os gritos e pedidos de socorro continuaram. Quando eu liguei a segunda vez, a namorada dele estava lá na guarita, mas eu só ouvi o porteiro falando que ele ia embora e em seguida chegou ela batendo na minha porta. Ela queria que eu fosse no apartamento dela e eu disse que não, porque não conhecia ninguém e falei para ela procurar ajuda na portaria", afirmou a vítima.
Segundo a moradora, vizinha do casal, era madrugada de 28 de agosto, às 2h30min, quando a companheira do ex-policial militar voltou para seu apartamento chorando. Minutos depois a mulher disse que ouviu vozes no corredor, dessa vez era Max Kellysson com um extintor de incêndio arrombando sua porta.
Ainda segundo a vítima, ela estava a quatro dias morando no apartamento, disse que não conhecia ninguém do prédio e não sabia para quem ligar para pedir ajuda.
Ao perceber que o ex-PM iria arrombar a sua porta, a moradora correu para a suíte do apartamento e se trancou no banheiro do quarto. Ela ligou para sua locatária, a dona do apartamento, deixou o celular escondido atrás do vaso sanitário e a chamada em andamento.
"Ele conseguiu arrombar a porta do banheiro e me puxar pelo buraco que tinha feito, então me jogou na cama e começou a me agredir muito, me xingar, muitos socos. Minha amiga [proprietária do apartamento] disse que ouviu muitos gritos pelo celular e quando não escutou mais nada pensou que tinham me matado. Eu achava que não ia sair viva daquele apartamento", declarou a moradora.
A vítima contou que em um momento de descuido do ex-PM, ela conseguiu fugir do apartamento, correu em direção ao elevador, mas o agressor a alcançou e a imobilizou com um golpe conhecido como 'mata-leão'. A moradora disse que já estava perdendo suas forças quando um vizinho apareceu e interviu na agressão.
"O vizinho chegou mandando ele me largar, que eu não tinha nada a ver com aquela história, e nessa hora eu já não escutei mais nada. Ele saiu de cima de mim e a porta do elevador se abriu e eu corri para a portaria", lembrou a vítima.
O ex-policial militar Max Kellysson, também acusado de matar o técnico em radiologia Rudson Vieira Batista da Silva, foi preso na terça-feira (18) em um supermercado na Zona Sul de Teresina, pela tentativa de homicídio contra a moradora. A prisão ocorreu pela Delegacia Estadual de Captura (Decap).
Ex-PM acusado de matar radiologista é preso por tentativa de homicídio em Teresina
Suspeito estava em liberdade provisória
Segundo o delegado da Decap, Eduardo Aquino, o, até então, PM Max Kellysson foi preso em flagrante 1º de dezembro de 2019 e teve a arma de fogo apreendida após ser suspeito de ter atingido o técnico em radiologia Rudson Vieira dentro de uma casa de shows durante briga. No dia seguinte, durante a audiência de custódia, ele recebeu liberdade provisória.
Rudson morreu na tarde do dia 7 de dezembro de 2019 em um hospital particular de Teresina após sofrer consecutivas paradas cardíacas. No dia 12 de dezembro, a Justiça do Piauí decidiu manter o policial em liberdade. Na época, o juiz determinou que o acusado cumprisse medidas cautelares alternativas.
A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí instaurou um processo administrativo e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) decidiu pela expulsão de Max Kellysson da corporação. Em 15 de setembro de 2022, a Justiça decretou a prisão preventiva do ex-policial com fundamento na garantia da ordem pública e por conta de descumprimento de medida cautelar.
Contudo, no dia 10 de outubro, o Tribunal de Justiça do Piauí suspendeu a prisão preventiva de Max, antes mesmo de ser cumprida, mantendo o acusado em liberdade. O Ministério Público ficou de recorrer.
Um novo mandado de prisão foi expedido pela Vara da Central de Inquérito após representação do 5º Distrito Policial, desta vez, o ex-PM foi acusado de tentativa de homicídio contra a moradora de um condomínio na Zona Leste da capital. Max Kellysson foi encaminhado para a Central de Flagrantes de Teresina.
Fonte: Portal G1 PI
*Estagiária sob supervisão de Catarina Costa.