Fenômeno foi registrado no final de semana e pode se repetir nos meses de fevereiro e março. Especialista recomenda reordenamento das zonas costeiras.
Ondas fortes invadem bares após maré alta em Luís Correia, no litoral do Piauí
Durante o fim de semana, fortes ondas invadiram algumas barracas de praia em Luís Correia, no Litoral do Piauí. Apesar de ser natural, o fenômeno assustou muitos banhistas e comerciantes da região. O professor e especialista em Engenharia de Pesca, Cezar Fernandes, explicou que se trata de um evento regular e típico desta época do ano.
“O que houve foi uma combinação de eventos que são chamados swells, que trazem fortes ondulações e que são regulares nesse período do ano. A gente tem um efeito do centro de alta pressão atmosférica do hemisfério norte que traz essas ondulações nessa época do ano junto com a chuva. Tudo isso afeta a dinâmica do mar, a dinâmica costeira”, afirmou.
Imagens feitas por populares mostram o momento em que as ondas invadem empreendimentos situados nas proximidades do mar na praia de Atalaia, em Luís Correia (assista abaixo).
Cezar Fernandes disse ainda que este fenômeno ocorre em decorrência das mudanças climáticas que atingem todo o planeta.
“Nós já sabemos que é histórico em função das mudanças climáticas, do aquecimento global, da variação do nível do mar que está aumentando em função do aquecimento global que tem causado o avanço do mar em direção às zonas costeiras. Isso é comum em vários lugares do mundo”, declarou.
De acordo com o especialista, a intensidade apresentada pelas ondas nas imagens realizadas no fim de semana no litoral do Piauí foi ocasionada também pelo impacto contra as barracas.
“Quando gera o impacto com o bar, com a madeira, ela aumenta a intensidade, ela ganha força, ganha altura, em função do choque. Pode-se dizer que aqui no Piauí temos, no máximo, ondulações de dois metros, de dois metros e meio”, comentou Cezar Fernandes.
Fortes ondas invadem barracas de praia no Litoral do Piauí; especialista explica fenômeno — Foto: Reprodução
O professor destacou que é necessário um reordenamento das zonas costeiras para evitar, por exemplo, acidentes quando este fenômeno voltar a ocorrer.
“O que a gente precisa no zoneamento costeiro, cuidar das pessoas nas práticas de banho, na costa, é ter uma atitude de precaução. Acho que essa é a orientação”, afirmou.
VEJA O VÍDEO:
Fonte: G1 PI