Segundo a polícia, a violação aconteceu apenas no túmulo; investigação do caso continua. Apontado como assassino de uma família, Lázaro foi morto pela polícia após dias de perseguição, em 2021.
Túmulo de Lázaro Barbosa é violado em Cocalzinho de Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Após o túmulo de Lázaro Barbosa ter sido violado, em Cocalzinho de Goiás, no noroeste do estado, nesta quarta-feira (15), a Polícia Científica fez a perícia do local. Com a análise, a polícia descartou que a cabeça de Lázaro, que passou 20 dias fugindo da polícia depois de ter matado uma família no Distrito Federal em 2021, tenha sida furtada durante a violação.
"Violaram apenas o túmulo", explicou o delegado Rafhael Barboza.
Apesar das suspeitas iniciais de que parte do corpo de Lázaro teria sido levado pelos responsáveis da violação, o delegado Rafhael Barboza explicou que, após a perícia, viu-se que tanto o caixão, quanto o corpo de Lázaro se mantiveram intactos. A investigação do caso, segundo a polícia, continua.
"Vamos investigar, pois o crime da violação do túmulo foi consumado e era o crime mais grave", completou Rafhael.
Os nomes dos possíveis suspeitos, que devem responder pelos crimes de violação de sepultura e subtração de cadáver, também não foi divulgado pela polícia, por isso, o g1 não conseguiu localizar a defesa deles para um posicionamento. A Prefeitura de Cocalzinho, responsável pelo cemitério, foi procurada, mas não havia respondido até a última atualização desta reportagem.
Crimes e buscas por Lázaro Barbosa
Segundo as investigações, Lázaro, que tinha 32 anos, matou quatro pessoas de uma família em Ceilândia no dia 9 de junho de 2021. Ele fugiu para Cocalzinho de Goiás em um carro roubado. Desde então, ficava escondido na mata. A polícia disse que durante esse período, ele recebeu ajuda de familiares e um fazendeiro.
A Polícia Civil divulgou que concluiu todos os casos em que ele era investigado e eles foram arquivados. As buscas envolveram uma força-tarefa com mais de 200 agentes da segurança pública. A polícia divulgou que o fugitivo era suspeito de mais de 30 crimes em Goiás, Bahia e Distrito Federal. Entre eles estavam homicídio, estupro e roubo.
Durante as buscas a Lázaro, policias chegaram a trocar tiros com ele. Uma família foi feita refém e resgatada sem ferimentos da mata. No dia 28, após uma longa operação, ele entrou novamente em confronto com policiais em Águas Lindas de Goiás e acabou morrendo baleado.
Um vídeo mostra quando Lázaro chega em um carro da polícia à base da operação, em Cocalzinho de Goiás, é carregado até uma ambulância dos bombeiros e levado ao hospital (veja acima). Os militares comemoram o fim da operação.
Buscas por Lázaro Barbosa são feitas por mais de 200 policiais do DF e Goiás — Foto: TV Globo / Reprodução
Apoio ao fugitivo
O então secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, chegou a dizer que Lázaro agir como um jagunço para fazendeiros da região. A polícia também afirmou que havia uma organização criminosa agindo na região, com pessoas importantes, como empresários, fazendeiros e políticos. Porém, a polícia não conseguiu comprovar a existência desse grupo organizado ligado aos crimes cometidos por Lázaro.
Porém, durante a fuga, a polícia identificou uma rede de ajuda ao fugitivo. O grupo era composto pela ex-mulher dele, a mãe dela, a viúva de Lázaro e por um fazendeiro.
Elas tiveram contato com o procurado dias antes dele ser encontrado pela polícia e não o denunciaram. Elas falaram com ele pessoalmente ou por telefone, inclusive no dia do cerco final, horas antes dele ser baleado e morto.
Já o fazendeiro Elmi Caetano, de 74 anos, chegou a ser preso por abrigar Lázaro em sua fazenda, dando comida e local para que ele dormisse. Além disso, segundo as investigações, ele deu informações falsas à polícia para atrapalhar a operação. O fazendeiro morreu em março desse ano, vítima de câncer.
Fonte: G1 Goiás