Foto: Arquivo Pessoal
O juiz da Comarca de Altos, Ulysses Gonçalves Neto, decidiu que Welson Carvalho irá a júri popular pela morte e ocultação do cadáver do próprio filho, o bebê Wesley Carvalho. A criança tinha apenas um ano e nove meses quando desapareceu em dezembro de 2021.
Na decisão, o magistrado também sentenciou ao júri popular os avós paternos da criança, Chavier Pinto e Maria Lindalva, mas decidiu pela absolvição da mãe, Angela Valéria, que foi indiciada e denunciada por participação no crime.
Ao Cidadeverde.com, o advogado de defesa, Smailly Carvalho, avaliou que como “satisfatória” a absolvição da mãe da criança cumpriu a lei por entender que não havia provas nem indícios de que ela tenha cometido crime.
Por outro lado, o advogado afirmou que irá recorrer do pronunciamento a júri do pai e dos avós paternos, por considerar que não há nem elementos e nem indícios de que tenha realmente havido um crime por parte dos clientes.
"A defesa vai recorrer da decisão porque entendemos também que não existem provas e muito menos indícios da participação dele no crime, que sequer existiu crime. Entendemos isso e vamos recorrer e conseguir essas decisões favoráveis", disse Smailly Carvalho.
O pai e os avós de Wesley permanecem em liberdade até o dia do júri, que só será realizado após conclusão dos recursos dos advogados de defesa.
Entenda o caso
O caso ganhou repercussão em fevereiro de 2022, quando a família de Wesley Carvalho procurou a polícia e meios de comunicação para denunciar um suposto sequestro da criança na Praça da Bandeira, região central de Teresina.
Durante as investigações, a Polícia Civil encontrou divergências nas informações repassadas pelos familiares da criança e passou a trabalhar com a hipótese de homicídio e ocultação de cadáver.
Um dos pontos que levantou a suspeita da polícia é que o boletim de ocorrência foi registrado 42 dias após o suposto sequestro, por uma tia da criança. Além disso, nenhum pertence do casal foi levado pelos supostos criminosos.
Também chamou a atenção dos investigadores foi que, após o desaparecimento do bebê, os pais se mudaram de Altos para a capital. Na antiga casa, a polícia encontrou roupas da criança jogadas em um terreno, que ajudaram no trabalho de perícia.
Por fim, a investigação concluiu que Wesley Carvalho havia sido morto após um jejum de duas semanas durante um ritual guiado por um adolescente de 12 anos. Em depoimentos, familiares chegaram a relatar que o corpo da criança havia sido cremado.
Outras sete pessoas da família que moravam na mesma casa foram presas e detidas, entre elas quatro menores de idade. Após o indiciamento, o Ministério Público denunciou os pais e os avós paternos da criança.
Breno Moreno
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