Por volta das 9h, o julgamento, que estava previsto para esta quinta-feira (17) foi adiado e remarcado para o dia 1º de setembro.
Thiago Mayson teve a prisão decretada suspeito de ter matado a estudante de jornalismo na UFPI. — Foto: Reprodução Rede Social
A assistência da acusação do julgamento do estudante de mestrado Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, estima uma pena de 70 anos para os crimes contra a estudante de jornalismo Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, morta na Universidade Federal do Piauí no dia 27 de janeiro deste ano durante uma calourada que acontecia na instituição.
"Nós estipulamos que entorno de 70 anos. Existem provas suficientes para condená-lo. É de conhecimento público todos os delitos imputados ao Thiago e as provas do processo, tanto objetivas quanto subjetivas, evidenciam que de fato ele praticou todos os crimes que estão narrados na denúncia", explica Florence Rosa, advogada especialista em juri popular e representante do assistente de acusação.
Thiago Mayson é acusado pelo assassinato da estudante Janaína, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, estupro, vilipêndio de cadáver e fraude processual. O julgamento, marcado para esta quinta-feira (17) às 8h30 pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, foi adiado para o dia 1º de setembro.
No dia 5 de abril, Thiago Mayson passou por audiência de instrução. A sessão foi dirigida pelo juiz Antônio Nolêto. Além do acusado, foram ouvidas as testemunhas de defesa e acusação.
O crime
O estupro e assassinato da estudante de jornalismo, Janaína Bezerra da Silva, de 22 anos, completou cinco meses. A jovem foi morta dentro de uma sala de estudo do curso de matemática da Universidade Federal do Piauí (UFPI) na madrugada do dia 28 de janeiro, durante uma calourada.
A Justiça do Piauí aceitou a denúncia contra o estudante de mestrado. O processo foi distribuído semana passada e correrá na 1ª Vara do Tribunal do Júri. O mestrando Thiago Mayson Barbosa, de 28 anos, está preso desde o flagrante, na Cadeia Pública de Altos.
A Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva durante audiência de custódia ocorrida um dia após o crime, no dia 29 de janeiro. Com a prisão do suspeito, o inquérito foi concluído em nove dias, a denúncia foi feita pelo Ministério Público no dia 14 de fevereiro, sendo aceita pela Justiça no dia 17.
O acusado foi citado pela Justiça no dia 24 de fevereiro, tornando-se réu pelos crimes praticados contra Janaína.
Caso Janaina Bezerra
Estudante de jornalismo estuprada e morta dentro da UFPI
Thiago Mayson alegou que viu Janaína na calourada e que a convidou para uma sala do mestrado em Matemática. Segundo ele, a jovem aceitou o convite e os dois mantiveram relação sexual consentida. Confira o depoimento dele e de testemunhas clicando aqui.
Pouco tempo depois, o processo que apurava a morte da estudante universitária foi posto em segredo de justiça.
Conclusão do inquérito
Após a conclusão do inquérito policial, Thiago Mayson foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado. O indiciamento também inclui os crimes de estupro, vilipêndio de cadáver (violência após a morte) e fraude processual, já que foi constatado que o suspeito tentou ocultar provas do crime.
As qualificadoras para o crime de homicídio são formas de somar outros crimes na acusação para aumentar a pena. No caso de Thiago Mayson, dois pontos foram considerados agravantes: emprego de meio cruel (já que ela morreu em decorrência de uma asfixia em que teve o pescoço quebrado) e por feminicídio (considerando a condição de mulher da vítima).
A delegada Natália Figueiredo, responsável pela investigação do caso, revelou que Thiago Mayson praticou violência sexual contra a estudante quando a jovem já estava morta. Ele chegou a fazer fotos da vítima durante o estupro, enquanto ela sangrava.
Revolta e indignação
Estudantes e familiares de Janaina Silva se reúnem em vigília na UFPI após seu assassinato — Foto: Lívia Ferreira/g1PI
O estupro e morte de Janaína Bezerra gerou revolta e indignação aos estudantes e professores da UFPI. Dois dias após o crime, no dia 30 de janeiro, alunos, professores, servidores, amigos e familiares da vítima se reuniram em protesto. Centenas de pessoas compareceram ao ato que aconteceu em frente à reitoria da instituição. Com cartazes, os manifestantes demonstraram revolta pelos crimes praticados contra a jovem.
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No mesmo dia, foi realizada uma vigília na UFPI. Bastante emocionada, a mãe de Janaína, Maria do Socorro Nunes, cobrou por justiça pela morte da filha.
Estudantes ocupam reitoria da UFPI e pedem respostas sobre estupro e morte de aluna em sala da instituição — Foto: Ilanna Serena/g1
No dia 31 de janeiro, estudantes da UFPI e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) ocuparam a reitoria da instituição. Os estudantes pediam o posicionamento do reitor Gildásio Guedes sobre o caso de Janaína Bezerra.
Fonte: Portal G1 PI