A família da vítima e movimentos sociais se reúnem em protesto hoje (29)
Foto: Pedro Oliveira/ GP1
O julgamento do réu Thiago Mayson da Silva Barbosa, acusado de covardemente estuprar e matar a estudante de jornalismo Janaína da Silva Bezerra, teve início às 10h da manhã desta sexta-feira (29), na terceira vez que a sessão do Tribunal Popular do Júri foi marcada. A família da vítima e movimentos sociais se reúnem em protesto por justiça, em frente ao Fórum Cível e Criminal de Teresina.
Em entrevista ao GP1, a mãe de Janaína Bezerra, Maria do Socorro, lamentou o impedimento da família em assistir a sessão e afirmou que permanecerá no Fórum de Teresina, juntamente com o esposo e as filhas, até o encerramento do julgamento. A mãe de Janaína externou que a expectativa é que o acusado de assassinar a filha dela seja condenado por homicídio duplamente qualificado (emprego de meio cruel e feminicídio), estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver e fraude processual.
"Com fé em Deus vai dar tudo certo, não vamos poder acompanhar, mas a gente está torcendo que vamos ter uma resposta boa, que tudo vai dar certo. Então, vou ficar até o fim e vou ficar quantos dias forem precisos", declarou a mãe de Janaína Bezerra.
A ativista Madalena Nunes, representante da Frente Popular de Mulheres contra o Feminicídio, teceu críticas à decisão judicial que impediu a família de Janaína Bezerra de assistir ao julgamento. Segundo a manifestante, o sigilo imposto beneficia somente ao réu Thiago Mayson.
"Nós achamos isso uma extrema violência. Não basta a violência que a família da Janaína já sofreu perdendo a vida dela, mais violento que isso só pode ser que essa mãe, que esse pai, que essas irmãs não possam assistir o julgamento do feminicida. Para nós, esse sigilo não beneficia a Janaína, nem a família da Janaína e nem a sociedade, quem se beneficia com esse sigilo é exatamente o feminicida", pontuou Madalena Nunes.
Adiamentos
O primeiro Júri foi marcado para o dia 17 de agosto deste ano, contudo foi adiado por falta de quórum, devido à ausência de 12 testemunhas do quadro de servidores da UFPI. A instituição emitiu uma nota, em que admitiu uma falha interna na entrega da convocação aos funcionários.
Posteriormente, foi marcada a data de 1º de setembro, quando foi novamente adiado porque o advogado Ércio Quaresma, novo representante do réu, não compareceu à sessão.
Defesa feita pelo advogado do ex-goleiro Bruno
O advogado Ércio Quaresma, que representa a defesa do réu Thiago Mayson, já possui vasto histórico por advogar em casos emblemáticos, como o de defesa do ex-goleiro Bruno, que estava envolvido no assassinato de Elisa Samúdio em 2010.
Foto: Reprodução/Facebook-Thiago Mayson da Silva Barbosa
Relembre o crime
A estudante de Jornalismo da UFPI, Janaína da Silva Bezerra, de 21 anos, foi brutalmente estuprada e morta em uma sala de aula da Universidade no dia 28 de janeiro deste ano, após uma calourada.
Foto: Arquivo Pessoal Instagram
O estudante Thiago Mayson, que era aluno do Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Matemática da instituição, foi preso em flagrante e está detido desde então.
Fonte: Portal GP1
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