04/10/2023

Estudante de Medicina confessa agressão, mas nega homofobia, diz delegado de Parnaíba

O caso aconteceu na sexta-feira (29), em um bar de Parnaíba, e está sendo investigado como homofobia com lesão corporal grave. Além das vítimas e do suposto agressor, seis testemunhas foram ouvidas.

Homem é vítima de homofobia (Foto enviada ao Portal ClubeNews)

A Polícia Civil do Piauí continua investigando um suposto crime de homofobia com lesão corporal de natureza grave, que aconteceu em um bar de Parnaíba, na noite de sexta-feira (29). O suspeito, estudante de medicina, foi ouvido nesta terça-feira (3), e segundo o delegado Ayslan Magalhães, ele confessou a agressão física, mas negou ofensas homofóbicas ao casal de homens que estava no local.

O delegado responsável pela investigação, disse ao Portal ClubeNews, que ouviu seis testemunhas do caso e que elas confirmam a versão das vítimas. “O estudante de medicina desferiu comentários homofóbicos, segundo testemunho das vítimas e de pessoas presentes no local e posteriormente, na área externa do bar, agrediu uma das vítimas, desferindo um soco no rosto”.

Ayslan Magalhães contou ainda que a vítima chegou a cair e ficar desorientada e o que segurança do bar interviu na situação, retirando o suposto agressor.

As vítimas, registraram o boletim de ocorrência, ainda na madrugada do sábado (30). Devido à agressão, um deles, sofreu uma fratura no cotovelo e estiramento do tendão, e foi afastado do trabalho por 60 dias.

O delegado Ayslan esclareceu que o acusado, registrou um B.O de lesão, na tentativa de imputar a lesão à vítima, mas já foi analisado as imagens, e não existe hipótese, de que uma das vítimas, tenha praticado qualquer tipo de violência contra o agressor.

“O estudante de medicina foi ouvido e negou a homofobia, negou que tenha utilizado qualquer termo pejorativo, mas confirmou a lesão praticada. O testemunho dele durou uma hora”, contou o delegado.

A Polícia Civil informou que a conclusão do inquérito deve ser apresentado em 30 dias, e que além das testemunhas, a investigação conta com vídeos do bar que foram analisados e serão periciados, para que haja um maior entendimento do que realmente aconteceu dentro e fora do bar.

“Vamos aguardar os 30 dias, que é o prazo da conclusão do inquérito, tendo em vista que o autor responde em liberdade”, finalizou o delegado.

O advogado do acusado, comunicou vai enviar uma nota de resposta sobre o caso, mas até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

CRIME DE HOMOFOBIA PODE TER PENA DE ATÉ 5 ANOS

O Supremo Tribunal Federal determinou que atos de homofobia e transfobia contra indivíduos sejam enquadrados como crime de injúria racial. Na prática, quem for responsável por atos dessa natureza não terá direito a fiança, nem limite de tempo para responder judicialmente.

O Supremo ampliou a proteção a homossexuais e a transsexuais que podem ter ofensas diretas contra eles punidas como injúria racial.

O crime de racismo é um ato de discriminação contra um grupo ou coletividade. Já a injúria racial é uma ofensa à dignidade de uma única pessoa. Quando, por exemplo, alguém é insultado por características de raça, cor, etnia, ou lugar de origem. E agora também pela identidade de gênero ou orientação sexual.

Os crimes de racismo e injúria racial são inafiançáveis e não prescrevem. A pena é de dois a cinco anos de prisão. Ou seja, com essa decisão do Supremo, uma ofensa contra pessoas LGBTQIA+ pode ser punida de forma mais severa.

Fonte: Portal ClubeNews

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