A pesquisa irá analisar em que áreas da Área de Proteção Ambiental (APA) existe a maior presença de plásticos.
O projeto da UFDPar monitora presença de micro plástico na APA do Delta do Parnaíba — Foto: Projeto BioPesca
Um projeto do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) está monitorando a presença do macro e micro plástico marinho na Área de Proteção Ambiental (APA) do Delta. O material está sendo coletado na areia.
O projeto, coordenado por Edna Cunha, doutora em Ciências Biológicas na área de Zoologia, e por Cezar Fernandes, doutor em Recursos Pesqueiros e Aquicultura, pretende identificar em que áreas da APA existe a maior presença de plásticos.
“O projeto está no início. Nós realizamos análises por unidades de áreas, e aí veremos se poderemos saber a origem do macro e micro plástico, quem produz, se está mais próximo de áreas urbanas”, explicou o professor Cezar Fernandes.
Além disso, os envolvidos no projeto desenvolverão ainda um relatório para conduzir políticas públicas em relação à poluição do Delta do Parnaíba, pontuando sobre a limpeza dos rios e multas para quem ameaçar o local.
A análise é voltada para a presença de macro e micro plástico na areia da Área de Proteção Ambiental (APA) do Delta, mas o professor reforça que o material já é encontrado no interior de peixes e outros animais marinhos.
Projeto da UFDPar monitora presença de plástico marinho na APA do Delta do Parnaíba — Foto: Projeto BioPesca
“Infelizmente é comum encontrar plástico nos animais marinhos, até no sangue humano já foi encontrado. É algo muito preocupante”, completou.
Segundo a professora Edna Cunha, o projeto deve ser executado por pelo menos três anos, com a primeira fase, de monitoramento, durando cerca de um ano.
"Nós escolhemos quatro áreas para fazermos esse monitoramento: Cajueiro da Praia. Luís Correia, Pedra do Sal e Ilhas das Canárias. Esses ambientes são usados de formas diferentes, então com certeza recebem diferentes impactos no que se refere à poluição e consequentemente ao micro e macro plástico", apontou a doutora.
"Hoje, infelizmente, o micro plástico está integrado até nas áreas mais conservadas. É um material muito pequeno, leve e que está suspenso na água. Então, é interessante que a gente se preocupe e estude sobre, porque é mais um poluente marinho com alta persistência no ambiente", concluiu Edna Cunha.
Plástico Marinho
O plástico, de difícil biodegradação, se deteriora em pedaços menores chamados micro ou nano plásticos. Esse material entra na cadeia alimentar do ser humano, impactando na saúde e no planeta.
Conforme dados da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA) e Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), estima-se que anualmente, 1,2 a 2,4 milhões de toneladas de plástico chegam ao mar através dos rios.
Um estudo internacional concluiu que existem 170 trilhões de pedaços de plástico acumulados atualmente nos oceanos. Para cada habitante da Terra há 21 mil pedaços. O número assustou Marcus Eriksen, o chefe da pesquisa que foi feita nos últimos 40 anos.
Ele disse que, a partir de 2004, a curva começou a subir num nível fora do comum. Principalmente porque foi quando explodiu a produção de plástico no mundo, atrelada principalmente à expansão da classe média mundial. Só nos últimos 15 anos foram 5 milhões de toneladas.
O maior aumento foi de plástico descartável: copos, embalagens, sacolas feitos para serem usados uma vez só.
Fonte: G1 PI
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