Detentos são suspeitos de tentar matar preso com 'lança' esculpida em muleta ortopédica em penitenciária, no Piauí

16/07/2024

Detentos são suspeitos de tentar matar preso com 'lança' esculpida em muleta ortopédica em penitenciária, no Piauí

Suspeitos cometeram crime durante triagem e revista de custodiados em uma cela da antiga Casa de Custódia. Eles alteraram a muleta utilizada no crime, tornando-a pontiaguda em sua extremidade.

Cinco detentos são presos suspeitos de tentarem matar prisioneiro com muleta — Foto: Divulgação/PCPI

Cinco detentos foram presos preventivamente, na segunda-feira (15), suspeitos de tentarem matar outro prisioneiro com uma muleta pontiaguda, em janeiro deste ano, nas dependências da Penitenciária José de Ribamar Leite, antiga Casa de Custódia de Teresina, na Zona Sul da capital.

Segundo a Polícia Civil do Piauí (PCPI), o crime aconteceu em 29 de janeiro, quando os policiais penais realizavam uma triagem e revista de cerca de 30 custodiados em uma cela. Neste momento, os suspeitos utilizaram uma muleta afiada, pertencente a um detento, para tentar assassinar a vítima.

“A muleta foi previamente alterada, tornando-a pontiaguda em sua extremidade, gerando assim uma potencialidade lesiva, sendo o instrumento que produziu as lesões na vítima”, afirmou a PCPI.

Ainda conforme as investigações, a vítima teria saído de uma facção criminosa para integrar outra, o que motivou a tentativa de homicídio.

Uma denúncia apresentada pelo Ministério Público do Piauí (MPPI), em 5 de julho deste ano, tornou os suspeitos réus pelo crime. As prisões foram realizadas em várias outras unidades do sistema penitenciário estadual.

Outros dois detentos, Iwalks da Silva Santos e Alessandro Krysttyan da Silva Santos Passos, foram mortos espancados e enforcados na Penitenciária José de Ribamar Leite, antiga Casa de Custódia, em março de 2024.

Eles foram mortos dentro das celas 11 e 12 do pavilhão G da penitenciária. O motivo teria sido o fato de Iwalks e Alessandro estarem mantendo contato com membros de uma facção criminosa rival.

Ao todo, 12 presos foram autuados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Os suspeitos irão responder pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual, pois também forjaram os suicídios das vítimas.

Segundo o coordenador do DHPP, delegado Francisco Costa, o Barêtta, os detentos mataram os colegas de cela com mata-leão e chutes no pescoço. Uma das vítimas teve a mandíbula quebrada.

“O médico [legista] simplesmente não teve dúvida de que realmente foi um homicídio. Foi coletado material genético dos presos e também dos mortos, para fazer uma comparação. Ficou evidenciado que eles alteraram o local dos fatos, lavaram o corpo e a cela, porque teve sangue”, destacou o delegado.

O presídio, que tem pouco mais de 330 vagas, abriga hoje mais de 1.070 detentos. Em todo o sistema prisional piauiense, há 6.573 presos e 994 em monitoramento eletrônico, conforme o Sindicato dos Policiais Penais do Piauí (Sinpoljuspi).