26/07/2024

Perícia criminal descarta que jovem morta com tiro no olho foi atingida por disparo acidental, no Piauí

Segundo a Polícia Civil, em depoimento, o suspeito pelo crime alegou que o tiro aconteceu de forma acidental, quando tentou impedir que a vítima, Maria Luíza, de 19 anos, cometesse suicídio. A perícia descartou essa possibilidade.

Maria Luíza, de 19 anos, foi assassinada com um tiro no rosto - Jovem de 19 anos é assassinada com tiro no rosto dentro de kitnet na Zona Norte de Teresina — Foto: Reprodução/ Redes sociais

Um laudo pericial sobre a morte de Maria Luíza Oliveira, de 19 anos, concluiu que o disparo aconteceu a uma certa distância da vítima. A jovem foi assassinada com um tiro no olho no dia 15 de julho, dentro da kitnet onde morava com o namorado, no bairro Matinha, Zona Norte de Teresina.

A conclusão da perícia contradiz a afirmação que o suspeito pelo crime, Dilberto Vieira, namorado de Maria Luíza, apresentou à Polícia: de que o tiro teria acontecido de forma acidental, num momento em que ele tentou tirar a arma das mãos dela.

Segundo a delegada Nathália Figueiredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os médicos legistas concluíram que o corpo de Maria Luíza não tinha os sinais de que um tiro disparado próximo ao rosto dela. O disparo, portanto, teria que ter ocorrido a longa ou média distância da vítima.

"O médico legista atestou que o tiro foi realizado a longa distancia, até porque não tinha no corpo da vítima os efeitos secundários de disparo de arma de fogo. Ele também apontou que, se tivesse sido realizado da forma que o autor relatou, teria chamuscamento na região do supercílio. Até porque o disparo foi na região dos olhos", comentou a delegada.

O laudo do DHPP foi concluído nesta quarta-feira (24), e indiciou o suspeito por quatro crimes:

homicídio triplamente qualificado por feminicídio, por ter sido cometido por motivo torpe e por ter sido cometido sem chance de defesa da vítima.
Fraude processual (por ter tentado atrapalhar a investigação com a alegação de tiro acidental).
Posse ilegal de arma de fogo de uso permitido;
Tráfico de drogas;

Ciúmes e relação abusiva

Mulher morre vítima de tiro no rosto na Zona Norte de Teresina — Foto: Pedro Lima/g1

A delegada Nathália disse que testemunhas ouvidas durante a investigação relataram que Maria Luíza e o suspeito viviam uma relação abusiva, por conta dos ciúmes do rapaz. Ele e Maria Luíza namorava há cerca de 5 meses, e moravam na kitnet onde a jovem foi baleada há aproximadamente 2 meses.

No dia do crime, Maria Luíza teria combinado de sair com amigas, e por isso o rapaz teria ficado com raiva, e motivado o assassinato. Essa questão motivou o indiciamento dele com por homicídio com a qualificadora de "motivo torpe" (um motivo imoral, vergonhoso, repudiado moral e socialmente).

"As testemunhas nos trouxeram que era uma relação abusiva, que ele era extremamente ciumento, controlador", comentou a delegada.

Arma de fogo descartada e tráfico de drogas

Ainda segundo a delegada, o suspeito disse em depoimento que Maria Luíza foi atingida por um tiro de revólver calibre 38, que ele tinha para "se proteger". Ele alegou ainda que, depois do crime, descartou a arma no Rio Parnaíba, o jogando do alto da Ponte Metálica.

Apesar da arma não ter sido encontrada, o suspeito foi indiciado por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido por admitido ter o revólver.

No dia do crime, os policiais encontraram porções de droga e uma balança de precisão na kitnet onde o casal morava. Durante a investigação, testemunhas relataram que o rapaz vendia drogas. Por isso, deve responder ainda por tráfico de drogas.

Suspeito foi preso

O namorado da jovem Maria Luíza, de 19 anos, foi preso na tarde de 17 de julho. O rapaz, que tem 23 anos chamado Dilberto Vieira, se apresentou na delegacia com um advogado e os policiais cumpriram o mandado de prisão preventiva que já havia sido expedido pela Justiça.

Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que o tiro que atingiu a jovem no rosto foi acidente: que Maria Luíza teria tentado cometer suicídio com a arma e que ela disparou quando ele tentou tomá-la das mãos da jovem.

O rapaz afirmou que tinha a arma em casa para "proteção", e negou que ele ou Maria Luíza tenham qualquer envolvimento com facções criminosas. Ele já respondeu a um processo por roubo.

Fonte: Portal G1 PI

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