Com a morte do sargento reformado da Polícia Militar do Piauí, João de Deus Teixeira dos Santos, de 67 anos, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga agora o homicídio.
De acordo com o delegado Baretta, coordenador do DHPP, testemunhas já foram chamadas para depor, perícias foram solicitadas, as armas foram apreendidas, os veículos passaram por perícia e a reprodução simulada dos fatos, reconstituição, foi solicitada ao Instituto de Criminalística.
A expectativa da polícia é que a reconstituição possa esclarecer a dinâmica do ocorrido e se as narrativas colhidas estão de encontro com o dia do crime. Segundo o delegado, existem algumas divergências em relação às narrativas apresentadas até aqui.
“Estamos solicitando ao Instituto de Criminalística a máxima urgência para realizar a reconstituição para que possamos com outros elementos se concluir o inquérito policial. Temos disparos no carro do soldado. Temos que saber em que ângulo esses disparos foram feitos, a posição que estava o atirador, a altura do atirador. Ele alega que agiu em legítima defesa atirando contra o sargento, temos que ver a posição em que ele estava. Uma das munições feriram a cabeça dele que levou à morte. Portanto temos como dizer na balística qual era a posição de cada um dos envolvidos naquela celeuma que levou a morte do sargento”, explica o delegado.
Foto: Jade Araujo / Cidadeverde.com
O sargento da Polícia Militar do Piauí, João de Deus, foi baleado na cabeça na porta de sua casa no bairro Parque Sul, na zona Sul de Teresina. O caso teria sido motivado por uma vaga de estacionamento. O segundo envolvido foi um policial militar do Maranhão que fugiu após os disparos.
O sargento baleado foi socorrido em estado grave por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo informações de familiares, a vítima foi entubada ainda na ambulância. Seis dias após a internação, o sargento piauiense não resistiu.
O delegado Baretta afirma que as investigações seguem e até o momento não há fundamentação para o pedido de prisão do soldado do Maranhão.
“Nós vamos esclarecer o fato em toda sua extensão. Se houver necessidade de uma representação por uma medida cautelar evidentemente não vamos nos deter de fazer isso. Até agora não temos nenhum fundamento para pedir a prisão. A prisão ela tem que ter os fundamentos, para cercear a liberdade de uma pessoa temos que fundamentar para que a gente possa convencer o magistrado dentro do que a lei diz”, encerra o delegado.
O velório do sargento ocorre na manhã desta terça-feira (12) na capela da Polícia Militar. O enterro ocorre no período da tarde, no cemitério Santa Cruz no bairro Promorar, zona Sul de Teresina.
No dia 7 de novembro, o soldado Linhares, da PM do Maranhão, prestou depoimento no DHPP. De acordo com o advogado do PM do Maranhão, Rafael Machado, o soldado maranhense agiu em legítima defesa, e alegou que ele estava agachado ao lado do veículo quando ocorreu a troca de tiros.
“Ele estava indo para o trabalho como taxista e diante do acidente que ocorreu ele tentou resolver amigavelmente, mas o outro militar parece que estava alterado por ter ingerido bebida alcoólica, sacou a arma e começou a disparar. E ele para sua defesa teve que também sacar sua arma e tentar conter aquela injusta agressão”, explica.
O advogado alega que os dois PMs não se conheciam. Sobre os disparos na cabeça, efetuados contra o PM do Piauí, o advogado afirma que a ideia era apenas se defender. A arma usada na ação era de uso pessoal.
“A legítima defesa. Ele só sacou a arma e disparou porque teve um disparo contra ele. Ele não viu, não atirou intencionalmente. Ele só estava revidando, não viu se foi na cabeça. Só queria que parassem os disparos contra ele”, afirma o advogado.
O delegado Baretta informou que em depoimento, o soldado Linhares reforçou a tese de legítima defesa. Ele também reforçou que a discussão foi motivada após questionar o sargento sobre uma colisão traseira em seu carro.
Fonte: Cidadeverde.com
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