Sindjor e a Federação Nacional dos Jornalistas lançaram nota de repúdio contra a Secretaria de Segurança.
Maria dos Aflitos Silva e Francisco de Assis Pereira da Costa, acusados de envenenar a própria família/Foto: Reprodução
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Piauí (Sindjor-PI) emitiu nota conjunta com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) nesta segunda-feira (3), repudiando a atuação da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) no caso do envenenamento na cidade de Parnaíba que culminou na morte de oito pessoas, sendo sete da mesma família. Segundo as entidades, a polícia privilegiou, com informações, os meios de comunicação de abrangência nacional.
A nota foi publicada após nesse domingo (2) o Fantástico (Globo) e o Domingo Espetacular (Record) veicularem reportagens completas sobre os novos desdobramentos do caso.
“Transparência é fundamental para manter o respeito ao exercício do trabalho dos jornalistas piauienses na cobertura dos casos investigados pela Polícia Civil. A instituição é acusada de privilegiar a mídia nacional com informações acerca do caso de envenenamento de várias pessoas de uma mesma família na cidade de Parnaíba”, consta na nota.
Sindjor e Fenaj ressaltaram que as autoridades ignoraram a imprensa de Parnaíba e de Teresina. “Jornalistas reclamam que têm encontrado dificuldades para obter informações sobre o andamento de investigações junto à Polícia Civil, que optou em revelar dados das investigações somente à imprensa nacional, a exemplo dos programas Fantástico, da Rede Globo, e do Domingo Espetacular, da TV Record, que noticiaram informações não repassadas aos profissionais piauienses”, diz o texto.
Reportagens
As reportagens exibidas pelo Fantástico e pelo Domingo Espetacular trouxeram conteúdos exclusivos, como entrevistas com o secretário de Segurança, Chico Lucas, e o delegado Abimael Silva, até então à frente da investigação. O Fantástico exibiu trechos do depoimento com Maria dos Aflitos, a matriarca da família acusada de ser cúmplice do marido, Francisco de Assis, no envenenamento. Uma entrevista com ela foi veiculada no Domingo Espetacular.
Leia na íntegra a nota do Sindjor e da Fenaj:
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar, lamentar e cobrar do Governo do Piauí e da Secretaria de Estado da Segurança Pública uma postura transparente no relacionamento com jornalistas locais. Tal transparência é fundamental para manter o respeito ao exercício do trabalho dos jornalistas piauienses na cobertura dos casos investigados pela Polícia Civil. A instituição é acusada de privilegiar a mídia nacional com informações acerca do caso de envenenamento de várias pessoas de uma mesma família na cidade de Parnaíba.
Além de ignorar a imprensa parnaibana e os demais meios de comunicação de Teresina na divulgação de informações sobre o caso de envenenamento, jornalistas reclamam que têm encontrado dificuldades para obter informações sobre o andamento de investigações junto à Polícia Civil, que optou em revelar dados das investigações somente à imprensa nacional, a exemplo dos programas Fantástico, da Rede Globo, e do Domingo Espetacular, da TV Record, que noticiaram informações não repassadas aos profissionais piauienses.
O Sindjor-PI e a FENAJ repudiam tal comportamento da autoridade responsável pela Segurança Pública do Estado em negar essas mesmas informações das investigações sobre o caso à imprensa local, que exerce diariamente sua missão de informar os piauienses.
O cerceamento à liberdade de imprensa contradiz as diretrizes do Estado Democrático de Direito e o discurso de um governo que diz defender e se propõe garantir o direito à informação.
Diante dos apelos dos profissionais de imprensa de Parnaíba e de Teresina, sobre este caso em específico, o Sindjor-PI e a FENAJ cobram do governador Rafael Fonteles, e do coordenador de Comunicação do governo do Estado, Mussoline Guedes, transparência na divulgação das investigações sem privilegiar nenhuma mídia. Isso é respeitar o exercício do jornalismo, é dar transparência e tratamento igual aos que atuam na cobertura na área policial e se esforçam em apurar e checar cada informação repassada, a fim de garantir uma notícia seguindo padrões éticos e responsáveis, fundamentais para o desenvolvimento da cidadania.
Teresina, 3 de fevereiro de 2025
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí
Federação Nacional dos Jornalistas
Fonte: Portal GP1