03/02/2025

Matriarca e padrasto premeditaram morte de família envenenada em Parnaíba, aponta polícia

Francisco de Assis e Maria dos Aflitos/Fotos: TV Cidade Verde

A Polícia Civil do Piauí apontou Maria dos Aflitos e Francisco de Assis como os únicos responsáveis pelo envenenamento de filhos, netos e uma vizinha, ocorrido em Parnaíba, litoral do estado. A informação foi divulgada em nota na noite deste domingo (2).

O primeiro caso foi registrado em 22 de agosto de 2024, quando os irmãos João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8, passaram mal após ingerirem alimentos contaminados. Os meninos, filhos de Francisca Maria da Silva e netos de Maria dos Aflitos, foram internados em Teresina, mas não resistiram. João Miguel faleceu em 12 de setembro e Ulisses Gabriel em 10 de novembro.

No dia 1º de janeiro deste ano, nove membros da família passaram mal após almoçar baião de dois. Cinco deles morreram nos dias seguintes: Manoel Leandro da Silva, 18 anos; Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses; Maria Lauane da Silva, 3 anos; Francisca Maria da Silva, 32 anos; e Maria Gabriela da Silva, 4 anos.

O terceiro caso ocorreu em 22 de janeiro, quando Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, vizinha de Maria dos Aflitos, morreu após ingerir café na casa da suspeita. De acordo com as investigações, Maria Jocilene e Maria dos Aflitos mantinham um relacionamento amoroso antes da chegada de Francisco de Assis à família.

Maria dos Aflitos confessa envenenamento da vizinha

Maria Jocilene, vizinha envenenada/Foto: Reprodução

Após ser presa na última sexta-feira (31), Maria dos Aflitos confessou ter envenenado Maria Jocilene. Em depoimento, ela revelou que cometeu o crime acreditando que isso ajudaria a libertar Francisco de Assis, assim como ocorreu no caso de Lucélia Maria da Conceição, que chegou a ser presa sob suspeita de envenenar os irmãos com cajus.

Maria dos Aflitos declarou que os primeiros envenenamentos foram cometidos pelo Francisco, que desprezava seus filhos e netos. Segundo ela, suspeitou dele, mas estava "cega de amor". Ainda de acordo com seu relato, Francisco premeditou a história dos cajus para envenenar as crianças e incriminar Lucélia. Maria confirmou que João Miguel e Ulisses Gabriel foram envenenados por um refresco, enquanto Francisco teria adicionado veneno ao arroz durante a madrugada, enquanto ela dormia.

Sobre a morte de Maria Jocilene, Maria dos Aflitos contou que encontrou o veneno atrás do fogão e despejou todo o conteúdo no café servido à vítima. Em seguida, descartou a embalagem no lixo, que foi recolhido antes da chegada da perícia. Jocilene bebeu o café em uma taça e, posteriormente, usou o mesmo recipiente para tomar água. Cerca de 30 minutos depois, começou a passar mal ainda dentro da residência.

As investigações revelaram que Francisco de Assis, padrasto e "avódrasto" das vítimas, tinha profundo desprezo pelos filhos e netos de Maria. Ele controlava os alimentos da casa, armazenando-os em um baú trancado, cuja chave carregava pendurada no pescoço, levando a episódios de fome na residência.

Investigação conclui que crimes foram premeditados

O delegado Abimael Silva, responsável pelo caso, afirmou que Francisco de Assis e Maria dos Aflitos mentiram e omitiram informações-chave ao longo da investigação, mudando suas versões diversas vezes para afastar suspeitas e incriminar terceiros.

“A investigação revelou que o modus operandi utilizado nos dois primeiros crimes foi idêntico: o uso de veneno, a oportunidade e a justificativa. Apenas no terceiro caso, o crime foi cometido exclusivamente por Maria dos Aflitos”, explicou o delegado.

Com a prisão do casal, a Polícia Civil concluiu que os envenenamentos foram meticulosamente premeditados e executados. Maria dos Aflitos e Francisco de Assis responderão pelas mortes de oito pessoas.

Fonte: Cidadeverde.com

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