Em entrevista ao Alerta, da TV Lupa1, a titular do Núcleo de Feminicídio, delegada Nathália Figueiredo, deu novos detalhes sobre o crime.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVH7wZ9TniiLWtLPFEfN2wtF1vp-XQdO4mq2c_TfZ-ih8Uv4pULRyzWrqJKGi8LNFbr6xjiBRjRBFeERwmk6zzFaYF9NFeVXgWBQcZ8v2PDbGKAMj247AXU0c0l-jVe_BIISC92LN_RL_k72PWpN3sFru6P4UNPsszqELW-H-DUS_khDhvdjcgK5suyDaA/w640-h406/carro_policia_civil8.jpg)
Imagem ilustrativa
Em entrevista ao Alerta, da TV Lupa1, a titular do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Nathália Figueiredo, responsável pelas investigações do caso que vitimou Maria Luiza da Silva Oliveira, forneceu novos detalhes sobre o crime ocorrido em julho de 2024, quando a jovem foi assassinada com um tiro no olho pelo namorado, Dilberto Vieira da Silva Filho, em uma quitinete no bairro Matinha, zona Norte de Teresina.
O réu, em sua defesa, alegou que o relacionamento com Maria Luiza era saudável, o que contraria os depoimentos de testemunhas que relataram um histórico de abuso e controle. A delegada, no entanto, esclareceu que as investigações apontam de forma clara que o caso trata-se de um feminicídio.
"As investigações não se basearam apenas no depoimento de familiares e amigos, mas também em provas técnicas e laudos periciais. O disparo que matou Maria Luiza foi realizado a curta distância, com o laudo cadavérico confirmando que a sobrancelha da vítima estava chamuscada, o que indica que o tiro foi disparado de perto. Isso refuta completamente a alegação de Dilberto de que a vítima teria tentado tirar a própria vida, informou a delegada.
![](https://lupa1.com.br/uploads/imagens/whatsapp-image-2025-02-10-at-17-35-30-1739219775.jpeg)
Delegada Nathalia Figueiredo - Foto:Lupa1
Além disso, a delegada destacou que o acusado já tinha um histórico de agressões e ciúmes, o que reforça a tese do feminicídio. A arma utilizada no crime era de porte ilegal, e Dilberto ainda tentou esconder o crime ao forjar a ideia de um suicídio.
"Ele foi indiciado por posse ilegal de arma de fogo, além de fraude processual, pois tentou criar uma versão falsa para o ocorrido. Também foi investigado por tráfico de drogas, pois foram encontradas evidências de que ele praticava o tráfico em sua residência, que era conhecida como ponto de venda de drogas", disse Nathália.
Defesa
Durante a entrevista, a delegada também comentou a tentativa da defesa de Dilberto em classificar o crime como homicídio simples. A delegada refutou a alegação, dizendo que a defesa tenta diminuir as qualificadoras do homicídio, principalmente ao negar que houve violência de gênero no relacionamento. "Em casos de relação íntima de afeto, a vulnerabilidade da vítima é presumida. Temos relatos claros de abuso e controle por parte de Dilberto, o que reforça a tese do feminicídio."
Para a delegada, as qualificadoras como motivo torpe, sem chance de defesa para a vítima e a violência de gênero são evidentes e bem documentadas. "Não há dúvida de que o que aconteceu com Maria Luiza foi um feminicídio, e as provas refutam qualquer tentativa de minimizar a gravidade desse crime", concluiu Nathália Figueiredo.
Fonte: Portal Lupa1