Na manhã desta segunda-feira, 17 de março, uma audiência de instrução no Fórum da Comarca de Parnaíba resultou na declaração de inocência de Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos. Ela havia sido presa injustamente sob a suspeita de envolvimento no envenenamento de dois irmãos de 7 e 8 anos, no Conjunto Dom Rufino II, em Parnaíba. A avó e o vôdrasto das crianças estão presos como principais suspeitos do crime.
A defesa de Lucélia agora aguarda o parecer oficial da promotoria e do juizado para os próximos passos do processo. A decisão é um alívio para a acusada e sua família, que enfrentaram momentos difíceis durante a investigação.
Esse caso ressalta a importância da justiça e do devido processo legal, garantindo que pessoas inocentes não sejam penalizadas injustamente.
Sobre o caso
O caso foi registrado em 22 de agosto de 2024, quando João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8, passaram mal após ingerirem alimentos contaminados. Os meninos eram filhos de Francisca Maria da Silva (que morreu em outras circunstâncias de envenenamento) e netos de Maria dos Aflitos (presa como principal suspeita). Eles foram internados em Teresina e morreram semanas depois: João Miguel em 12 de setembro e Ulisses Gabriel em 10 de novembro.
A princípio, Francisco de Assis (vôdrasto das crianças) afirmou às assistentes sociais do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde e à polícia que os meninos haviam consumido cajus supostamente doados por Lucélia Maria da Conceição, vizinha dos fundos da residência. No dia seguinte, 23 de agosto, Maria dos Aflitos chegou a registrar um Boletim de Ocorrência contra a vizinha, acusando-a diretamente pelos envenenamentos. Enquanto isso, Francisco de Assis entregou à polícia uma sacola contendo cajus que supostamente seriam aqueles doados por Lucélia.
Além das afirmações iniciais de que João Miguel Silva e Ulisses Gabriel Silva ingeriram cajus supostamente envenenados, todos os outros depoimentos feitos pelo casal Maria dos Aflitos e Francisco de Assis, além de outros familiares, contribuíram para o desvio das investigações naquele momento.
Lucélia foi descrita por testemunhas como uma mulher com temperamento explosivo e histórico de desavenças com crianças da região. Durante a investigação, a polícia, cumprindo mandado de busca e apreensão, encontrou terbufós na casa de Lucélia, substância que a vizinha havia negado possuir.
Em depoimento, Lucélia declarou que o irmão a havia ensinado a usar o pesticida nos cajus para matar morcegos, o que reforçou as acusações de Maria dos Aflitos. Diante dessas evidências, Lucélia foi presa preventivamente.
No entanto, uma nova sequência de mortes na mesma família das crianças deu novos rumos à investigação, culminando com a soltura de Lucélia no dia 13 de janeiro.
Fonte | In Foco Piauí