Com a conclusão, o inquérito foi encaminhado para o Ministério Público para oferecimento de denúncia.

Foto: Alef Leão/GP1
A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, indiciou, no último dia 16 de abril, Frank da Silva Bezerra, João Vitor Dantas Pontes e Sérgio Severino da Silva por estelionato e associação criminosa, após investigação que revelou um esquema de golpes aplicados por meio de um site falso de leilões de veículos, denominado “RR Leilões”. A investigação concluiu que o grupo se aproveitava da aparência legítima da página para induzir vítimas ao erro, causando um prejuízo de quase R$ 100 mil.
Conforme apuração da Polícia Civil, a vítima F. das C. B. J. foi levada a acreditar que participava de um leilão verdadeiro após acessar o site www.rrcaminhoes.com.br, onde se cadastrou e passou a manter contato com o suposto representante, pelo número (73) 3191-9014, via WhatsApp. Após receber documentos falsos — como notas fiscais e termos de arremate —, foi convencido a realizar pagamentos para arrematar três veículos. O valor total transferido foi de R$ 99.896,60, sendo R$ 96.571,00 via Pix e R$ 3.325,60 por boletos bancários, com promessas de entrega que nunca se concretizaram.
As investigações apontaram que o número de telefone utilizado no contato com a vítima estava registrado em nome de Frank da Silva Bezerra. A hospedagem do site foi feita com dados de João Victor Ferreira dos Santos, mas os acessos foram rastreados até o IP da esposa de Frank, Lauanda Soares de Franca, e da sogra, Joana Carolina da Solidade. O perfil do Instagram usado na fraude também foi vinculado ao mesmo grupo familiar. A polícia identificou ainda que o CNPJ que recebeu parte dos valores pertencia a João Vitor Dantas Pontes, com sede no mesmo endereço onde moram outros envolvidos.
Sérgio Severino da Silva apareceu na investigação como titular de uma das chaves Pix utilizadas no golpe e também teve seu nome vinculado a contas bancárias onde foram feitos depósitos. A polícia destacou ainda que Frank da Silva Bezerra já tinha registro anterior de estelionato em Goiás, envolvendo outro golpe semelhante com site falso de leilões. Os investigadores concluíram que a quadrilha agia com divisão de funções, utilizando empresas e contas bancárias abertas em nome de terceiros para dificultar o rastreamento do dinheiro e dar aparência de legalidade à operação.
O grupo utilizava elementos visuais e textos no site falso para simular credibilidade, afirmando, inclusive, ser homologado por tribunais de justiça e apresentando CNPJs de empresas reais, sem qualquer envolvimento com o crime. O objetivo era convencer as vítimas a fornecer seus dados pessoais e efetuar transferências bancárias em troca de veículos inexistentes. As conexões entre os envolvidos foram confirmadas por endereços residenciais próximos, relações familiares e uso compartilhado de contas, e-mails, redes sociais e dispositivos.
Com a conclusão, o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Piauí, para que o órgão ministerial avalie a apresentação de denúncia.
Fonte: Portal GP1