Segundo a Polícia Civil, suspeito e vítima estavam separados há 15 dias. Na véspera do crime, ele dormiu no apartamento da ex e viu mensagens no celular dela horas antes de matá-la.
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Mulher é morta a facadas em apartamento; ex-companheiro se entrega à polícia — Foto: Isabela Leal/TV Clube
O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) converteu, neste domingo (6), a prisão em flagrante de Pedro Rocha Pereira e Farias, de 23 anos, pelo assassinato da ex-mulher dele, Gisele Maria Pinheiro Pereira, de 33 anos, morta com golpes de canivete, em preventiva. O g1 não conseguiu contato com a defesa dele.
O crime aconteceu na tarde deste sábado (5), no próprio apartamento em um condomínio no residencial Tancredo Neves, Zona Sudeste de Teresina. O ex-companheiro da vítima confessou o crime e foi preso ao se entregar à polícia.
O homem passou por audiência de custódia neste domingo (6) e o juiz Sandro Francisco Rodrigues, que presidiu a sessão, citou o relatório policial no qual Pedro teria confessado o crime.
O documento afirma ainda que a arma utilizada para a prática do fato estava debaixo do sofá da sala da casa da vítima. As informações foram base para homologação da prisão em flagrante.
Em seguida, o magistrado se baseou na confissão do homem para decretar a prisão preventiva. "O próprio custodiado confirma ter praticado o fato contra a vítima, salientando ter praticado após olhar o celular da vítima", citou na decisão.
"Narrou ter ido ao trabalho chateado, após ter visto as mensagens e, por volta das 11h, mandou mensagem à vítima para marcarem um encontro no apartamento dela, alegando que precisava pegar um chinelo", continua.
"Que às 13h, a vítima abriu a porta para o declarante entrar. Antes de ir embora, foi até o quarto em que a vítima estava, tendo início uma briga. Durante a briga, sacou o canivete que estava no bolso e desferiu vários golpes na vítima", conclui o relato.
O juiz justificou a prisão preventiva como manutenção da ordem pública e devido à gravidade do crime, "o que evidencia a periculosidade do agente". "Foram desferidos diversos golpes de canivete na vítima, em torno de 10 golpes, resultando em choque hipovolêmico hemorrágico e trauma cervical", afirmou.
"As circunstâncias são notadamente graves, havendo indícios de que o agente preparou o fato para ter êxito no intento delituoso, marcando novo encontro com a vítima, na parte da tarde, após ter tomado conhecimento anterior de fato que lhe desagradou sobre a vida da vítima", continuou
"Salienta-se, conforme relatos do próprio agente, foi a esse encontro portando arma, sendo indicativo de que já havia planejado a vingança, executando-a com extrema violência, demonstrando a suposta intensidade do dolo de matar aplicando diversos golpes", concluiu.
O juiz afirmou ainda que o próprio suspeito declarou ter narrado a uma tia o crime, dizendo que a vítima lutou muito durante o ataque. "Nota-se, portanto, a existência de indicativos de que o agente não cessou o ato e não sossegou, até que a vítima não esboçasse mais reação", disse.
Entenda o caso
Segundo a delegada Camila Macedo, plantonista da Central de Flagrantes de Teresina, os dois se relacionaram por três anos e estavam separados há 15 dias. Ele dormiu no apartamento da vítima na noite de sexta-feira (4) e, no sábado, viu algumas mensagens no celular dela.
"Eles tiveram uma discussão pela manhã, por conta de ciúmes, e foram trabalhar. Ele retornou à casa dela, por volta das 12h30, a pretexto de buscar alguns pertences, mas chegou com um canivete. A gente acredita em um crime premeditado", afirmou a delegada.
O corpo de Gisele foi encontrado pela perícia criminal com cerca de 20 perfurações no tórax, no pescoço e nas costas. A arma do crime, um canivete, estava embaixo de um sofá do apartamento.
A TV Clube apurou que o suspeito, após matar a vítima, ligou para um familiar, sargento da Polícia Militar do Piauí (PMPI), e confessou o crime.
Uma equipe do 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM) chegou ao local, prendeu o homem e o levou à Central de Flagrantes de Teresina, onde ele prestou depoimento à delegada de plantão.
Os policiais militares isolaram a cena do crime e acionaram a perícia e o Instituto de Medicina Legal (IML), que recolheu o corpo da mulher.
A investigação do caso vai ser realizada pelo Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
Fonte: Portal G1 PI