Falta da infraestrutura pode causar enchentes e inundações, ocasionadas pelo acúmulo de água da chuva. Cidade também apresenta baixa índice de vias com rampas para cadeirantes.
Bueiro transbordando durante forte chuva — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Parnaíba, no litoral do Piauí, é a cidade do Brasil com o menor percentual de vias com bueiros ou bocas de lobo, segundo a pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante o Censo Demográfico 2022.
Os dados da pesquisa revelaram que Parnaíba conta com apenas 8,6% de moradores em vias com essas aberturas. No ranking de cidades brasileiras com menores índices, Teresina aparece na 12ª posição, com 18,3%. Em todo o Piauí, a taxa média é 11,6%.
🕳️ Para que servem os bueiros e bocas de lobo? Essas aberturas nas calçadas ou ruas são conectadas ao sistema subterrâneo de drenagem. Elas captam a água da chuva para direcioná-la a rios, galerias ou reservatório e evitar o acúmulo de água nas vias.
A falta dessa infraestrutura pode causar enchentes e inundações, ocasionadas pelo acúmulo da água da chuva. Em março de 2025, ruas e avenidas de Parnaíba ficaram alagadas após uma chuva de 170 mm.
A água acumulada também pode danificar o pavimento das vias e favorecer a proliferação do mosquito da dengue.
"Em que pese o fato de que a diversidade climática e dos sítios urbanos interfiram na densidade da presença dos bueiros, chama a atenção a grande amplitude de variação regional: foi de 73,5 pontos percentuais a diferença entre Santa Catarina e o Piauí", afirmou o IBGE.
Rampas para cadeirantes
O município de Parnaíba registrou ainda uma das menores taxas de vias com rampas de acesso para pessoas com deficiência que utilizam cadeira de rodas.
De acordo com a pesquisa, somente 4% dos parnaibanos moram em ruas e avenidas que têm calçadas com rampas. No Piauí, esse percentual é de 8,4%.
♿ As rampas de acesso servem para os cadeirantes, mas também para pessoas que usam andadores, carrinhos de bebê ou que têm mobilidade reduzida. Com elas, essas pessoas podem subir e descer desníveis, como o meio-fio, com segurança.
Cadeirante precisa de ajuda para subir em rampa — Foto: Michelle Farias/G1
Quando há poucas ou nenhuma rampa, essas pessoas dependem de ajuda de terceiros. Se não tiverem essa possibilidade, podem ser forçados a andar pelas ruas ou até evitar sair de casa.
A acessibilidade é um direito garantido pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, pois a falta dela é uma barreira que impede o acesso ao trabalho, ao lazer, à educação e aos serviços públicos.
"Em nenhum município brasileiro foi constatado 100% de moradores residindo em vias com presença de rampas para cadeirantes. Uma quantidade pequena de municípios (541) possui acima de 30%", apontou o IBGE.
Vias sem árvores
Avenida Santos Dumont, na Zona Norte de Teresina — Foto: Lucas Marreiros/g1
A pesquisa do instituto destacou que 33,2% dos piauienses moram em vias sem arborização. 25,6% têm uma a duas árvores, enquanto 26,3% contam com cinco ou mais.